A partida contra o Palmeiras, na última sexta, foi uma espécie de prévia das finais da Copa do Brasil. Depois de ser dominado em boa parte do jogo, o Grêmio conseguiu empatar e nos últimos 10 minutos até teve chances de virar o resultado.
No jogo, o Palmeiras fez um primeiro tempo de controle absoluto e além do gol, marcado por Raphael Veiga, ainda acertou a trave de Vanderlei, com Rony, Willian e Breno Lopes, enquanto o Tricolor, que só conseguiu dar seu primeiro chute aos 27 minutos, ainda viu seu goleiro realizar mais três defesas difíceis em chutes de Breno Lopes, logo aos 40 segundos, Marcos Rocha e Raphael Veiga.
Se a segunda etapa apresentou uma melhora gremista, ela ainda apresentou Vanderlei fazendo duas grandes defesas em chutes de Willian e evitando a derrota. No final, Diego Souza empatou e quase marcou o segundo em cobrança de falta.
— Nós demoramos um pouco para entrar no jogo. O Palmeiras começou bem a partida, demoramos para nos achar e tiveram oportunidades. No intervalo, corrigi algumas coisas e aí fomos melhores e tivemos nossas oportunidades. Foram dois tempos distintos. Merecíamos a vitória pelo segundo tempo. Os próximos jogos vão definir o que o Grêmio busca, o importante é que encostamos mais um ponto no líder e estamos vivos no Brasileirão — afirmou o técnico Renato Portaluppi.
Mas e para os jogos contra o Palmeiras, em 11 e 17 de fevereiro, ou 28 de fevereiro e 7 de março, o que o Grêmio pode tirar de conclusões na prévia disputada pelo Brasileirão. GZH listou cinco aspectos.
1 - Adaptação ao gramado sintético para o segundo jogo
Desde a chegada da delegação ao estádio, os jogadores gremistas buscavam entender o piso sintético, semelhante ao do Athletico-PR. Nos primeiros 45 minutos, alguns deles apresentaram até mesmo dificuldades de equilíbrio.
— A verdade é que é a primeira vez que jogamos nesse campo, sentimos a intensidade que eles sabem como se joga. Dificultou porque realmente é diferente, estamos acostumados com outra velocidade de jogo — disse Diego Souza, após a partida.
O fato fez o técnico Renato Portaluppi afirmar que o clube buscará realizar treinamentos no Estádio Passo D'Areia, que tem gramado sintético, antes do segundo jogo decisivo da Copa do Brasil.
— Já joguei futebol, tem uma diferença muito grande, o Palmeiras está acostumado a jogar aqui, se a gente já tivesse jogado, então os jogadores sentiram um pouco, a primeira vez sempre sente. Vamos treinar alguns dias no campo do São José. Vou procurar ver se a grama deles é parecida. Nosso próximo jogo aqui será a final da Copa do Brasil. Não foi só o campo para as nossas dificuldades no primeiro tempo, mas isso atrapalhou também — avaliou o comandante gremista.
2 - Intensidade e velocidade
Mesmo que não pudesse escalar alguns jogadores, por lesão ou suspensão, ou tivesse optado por preservação, o Palmeiras teve muita liberdade para explorar as jogadas em velocidade, com o trio ofensivo Breno Lopes, Willian e Rony sendo municiado pelos meias Zé Rafael e Raphael Veiga e até pelo zagueiro Luan, que em diversos momentos buscou lançamentos para os atacantes. Segundo o site SofaScore, o time paulista fez 49 tentativas de jogar com bolas longas e obteve sucesso em 33 oportunidades (67%).
— Demoramos um pouquinho para entrar no jogo. O Palmeiras começou melhor, teve algumas oportunidades. No intervalo corrigi bastante coisa e o Grêmio foi outro. Jogou muito melhor que o primeiro tempo, mais que o Palmeiras. Foram dois tempos distintos, o Palmeiras nos envolveu na primeira etapa e o Grêmio envolveu na segunda — disse Renato.
3 -Aproveitamento de Maicon
Apesar de toda a dificuldade física que vem apresentando ao longo da temporada, Maicon voltou a mostrar que é fundamental para o time. Foi a partir de sua entrada, aos 35 do segundo tempo, que o Grêmio cresceu e empatou a partida em jogada iniciada por ele. O detalhe é que não é possível precisar quanto tempo ele pode atuar.
Na temporada, o volante esteve em campo em menos da metade dos 63 jogos da equipe. Em suas 31 partidas, Maicon foi titular em 26 e só completou os 90 minutos em cinco jogos, o último deles no distante 9 de fevereiro de 2020, contra o Aimoré, pelo Gauchão.
— Todo mundo conhece as qualidades do Maicon. O mais importante é o que eu converso com ele, o tipo de treinamento que ele vem tendo, a gente sempre procura fazer o melhor para o time, para o grupo. Tem jogos e jogos para ele iniciar ou começar no banco. O Maicon é consciente das condições. Tanto da parte dele quanto da minha, a gente procura ver o que é melhor para o time, estamos tendo todo cuidado para que ele não sinta mais nenhum tipo de lesão — comentou Renato, depois do empate em São Paulo.
4 - Marcação alta do Palmeiras
As principais chances do Palmeiras no jogo foram criadas em roubadas de bola. Pressionando a saída defensiva do Grêmio, o time paulista forçou erros de passe desde os primeiros instantes, tanto que logo aos 40 segundos, Jean Pyerre perdeu a posse e Breno Lopes só não marcou porque Vanderlei fez grande defesa.
— Nós erramos muitos passes, dando muitos contra-ataques para o Palmeiras, erramos muitos passes próximos da nossa área e a maioria das situações do Palmeiras aconteceu porque nós erramos na saída de bola. Claro que tem o mérito do adversário pela marcação alta, mas o time do Grêmio está acostumado a essa marcação e sempre acha uma brecha para sair jogando, mas como nós não entramos no jogo no primeiro tempo, nós facilitamos muito, sem tirar os méritos do Palmeiras. Eu percebi onde nós erramos e na segunda-feira (18) vamos treinar bastante isso — disse Renato.
5 - Aproveitamento da bola aérea
Mais uma vez Diego Souza foi destaque. O artilheiro da temporada brasileira marcou seu 24º gol em 46 jogos, o nono de cabeça. Diante do Palmeiras, o camisa 29 venceu quatro dos seis duelos aéreos que participou e voltou a mostrar que esta é uma jogada que pode ser bastante explorada.
Dos 85 gols do Grêmio na temporada, 20 foram de cabeça e Diego Souza ainda participou em quatro deles, com três passes de cabeça e um cruzamento. Portanto, explorar essa velha jogada pode ser decisiva, até porque contra o River Plate, na semifinal da Libertadores, o alviverde paulista também teve problemas quando os argentinos ergueram bolas para sua área.