Confirmada a venda de Everton ao Benfica, resta ao torcedor do Grêmio rememorar os bons momentos proporcionados pelo atacante. Desde que estreou com a camisa tricolor, há seis anos, foram 277 jogos como profissional e 70 gols marcados.
1) A estreia
No seu primeiro jogo pelo Grêmio, Everton já mostrou uma de suas características marcantes, o chute forte. Com apenas 17 anos, o atacante entrou no segundo tempo da partida de abertura do Gauchão de 2014, diante do São José, no Passo D'Areia. Com seu time B, treinado por Mabília, o Tricolor perdeu por 1 a 0. Everton ingressou no lugar de Yuri Mamute e obrigou o goleiro Luis Carlos fazer boa defesa para evitar o empate. A partida ficou marcada pela alta temperatura do gramado, que provocou bolhas nos pés do lateral Tinga.
2) O apelido
Ainda em 2014, Everton ganhou o apelido que carrega até hoje: Cebolinha. A alcunha foi dada pelo lateral-direito Pará, atualmente no Santos, que considerou o atacante parecido com o famoso personagem da Turma da Mônica.
3) "Aceita que dói menos"
Sob o comando de Roger Machado, em 2016, Everton passou a ter mais oportunidades. Chegou a ser escalado como titular, mas oscilava e acabava perdendo a vaga para Pedro Rocha outra vez. Até que, em uma entrevista coletiva, o então treinador gremista fez uma revelação.
— Eu chamei ele para conversar e falei: "esses lances que estás errando, normalmente tu não erras. Aceita que dói menos: tu és titular. Inconscientemente, tu estás querendo te sabotar. Eu não vou te tirar. Precisa deixar de ser expectativa e se firmar como realidade — disse Roger.
4) Gol da classificação
Um dos gols mais importantes de Everton pelo Grêmio foi marcado em 19 de outubro de 2016, no Allianz Parque. O time gaúcho perdia para o Palmeiras por 1 a 0 e estava sendo eliminado da Copa do Brasil. Aos 15 minutos do segundo tempo, Renato Portaluppi fez uma substituição que foi praxe naquele ano: saiu Pedro Rocha e entrou Everton. Com pouco tempo em campo, o atacante sofreu falta de Allione, que acabou expulso. E, aos 30, Everton arriscou chutou forte, venceu o goleiro Jailson e garantiu o Tricolor nas semifinais.
5) O primeiro título
A primeira conquista profissional de Everton foi justamente a Copa do Brasil de 2016, que encerrou com a seca gremista gremista de 15 anos sem títulos de expressão. No primeiro jogo da final, Everton teve papel decisivo. O time de Renato vencia o Atlético-MG por 2 a 1, mas sofria pressão, pois Pedro Rocha (autor dos dois gols), havia sido expulso. Só que aos 45 minutos do segundo tempo, o Cebolinha apareceu. O atacante aproveitou cruzamento de Geromel e fez o terceiro gol. Com a ampla vantagem obtida no Mineirão, o Grêmio administrou o jogo de volta, empatou em 1 a 1 e levantou a taça.
6) Campeão da América
Everton não teve grande destaque na campanha gremista que culminou com o tricampeonato da Libertadores, em 2017. Mesmo assim, o atacante participou da maioria dos jogos, quase sempre entrando no segundo tempo.
7) Gol no Mundial
A terceira participação gremista no Mundial de Clubes terminou sem título, mas foi especial para Everton. O atacante entrou no segundo tempo da semifinal contra o Pachuca e fez o gol da vitória por 1 a 0, já na prorrogação. Na decisão, o Tricolor perderia para o Real Madrid, mas Cebolinha se tornou o segundo jogador do Grêmio a marcar gol em Mundiais — além dele, óbvio, somente Renato.
8) Enfim, titular
Com a saída de Fernandinho, Everton, enfim, começou uma temporada como titular absoluto do Grêmio. E, em 2018, o atacante "explodiu". No primeiro semestre, Cebolinha foi eleito o craque do Gauchão conquistado pelo Tricolor com duas goleadas sobre o Brasil-Pel.
9) Convocação para a Seleção Brasileira
Firmado como titular, sendo até mesmo o artilheiro da equipe por duas temporadas, Everton acabou chamando a atenção do técnico Tite. Sua primeira convocação para a Seleção Brasileira aconteceu ainda em 2018. No ano seguinte, porém, com a lesão de Neymar, assumiu o protagonismo e foi o goleador da Copa América, conquistada no Maracanã. Everton terminou a temporada 2018 como o artilheiro do time. Em ascensão, "Cebolinha" passou a ser cada vez mais sondado por clubes europeus.
10) A despedida
Depois de ser indicado por Jorge Jesus, Everton abriu tratativas para ser transferido para o Benfica. Chegou a ter sua presença na final do segundo turno do Gauchão posta em dúvida. Porém, não apenas esteve em campo como ajudou na construção dos gols da vitória por 2 a 0 sobre o Inter. Ao final da partida, recebeu a braçadeira de capitão das mãos do zagueiro Geromel e ergueu a taça de campeão.