Ainda quando era treinado por Roger e com a instituição do esquema tático 4-2-3-1, o Grêmio começou a revelar extremas de qualidade, caso de Pedro Rocha e Everton. Com a chegada de Renato Portaluppi, a tônica não mudou. As últimas conquistas do Tricolor, inclusive, passaram pela extrema esquerda gremista. Uma linha sucessória se criou e parece não ter data para acabar.
No título da Copa do Brasil, Pedro Rocha foi peça fundamental para a vitória contra o Atlético-MG fora de casa, marcando dois gols, sendo personagem do fim da seca gremista após 15 anos. O então camisa 32 ficou no clube até o meio de 2017, quando o Tricolor já havia avançado para as fases de mata-mata da Libertadores, que acabaria sendo conquistada pelo time. O atacante foi vendido para o Spartak Moscou por 12 milhões de euros, o que na época correspondia, pelo percentual, a R$ 40 milhões nos cofres gremistas.
Havia chegado o momento de Everton, criado no clube e que já havia sido marcado gols importantes no ano anterior? Não. Renato optou por botar Fernandinho, jogador com mais bagagem no futebol e a estrela da ponta esquerda gremista brilhou mais uma vez. Depois de vencer a primeira partida da final da Libertadores em Porto Alegre, foi do jogador o gol que abriu o placar na vitória por 2 a 1 na Argentina, que acabou selando a conquista.
Ao término daquele ano após a derrota no Mundial de Clubes para o Real Madrid, Fernandinho deixou o Grêmio e no ano seguinte, enfim, Everton, autor do gol na semifinal do Mundial contra o Pachuca, ganhou a vaga pela beirada esquerda. A partir daí, se tornou o melhor jogador do Tricolor nas temporadas seguintes, tendo marcado 70 gols e tendo dado 34 assistências, chegando até a Seleção, pela qual conquistou a Copa América de 2019.
Agora, com a venda de Cebolinha para o Benfica, cabe a Pepê preencher a lacuna deixada pelo atacante. Antes mesmo do camisa 11 deixar Porto Alegre, o menino de 23 anos já era apontado como futuro substituto, tanto que na última semana o Grêmio renovou seu contrato até 2024, com uma multa rescisória de 150 milhões de euros (R$ 937,5 milhões).
O curioso é que até mesmo o novo titular já teria um substituto. O atacante Ferreira era apontado como mais um nessa linha sucessória, mas acabou entrando em litígio com o clube, que o tirou da lista da Libertadores e o rebaixou a treinar com o grupo de Transição do Grêmio, o que deve levá-lo a sair do clube nos próximos meses.