A final da Libertadores de 1983 foi relembrada a tarde deste domingo (17) em GaúchaZH, na Rádio Gaúcha e na RBS TV no projeto Saudade do Esporte, do Grupo RBS. No tradicional horário do futebol, às 16h, a partida entre Grêmio e Peñarol foi retransmitida e até mesmo quem estava em campo naquela noite de 28 de julho, há 37 anos, pôde acompanhar com a família os lances ocorridos no Estádio Olímpico, em Porto Alegre.
Um deles, o lateral-direito Paulo Roberto, à época com 21 anos, aproveitou o almoço de domingo ao lado do filho Matheus para esticar tarde adentro e acompanhar a partida. A recordação daquele jogo é boa, claro, pelo título inédito para o clube, mas especialmente pela dificuldade do confronto com o atual campeão da América.
— Foi um jogo nervoso. Se não fosse no Olímpico, dificilmente a gente ganharia. Lá em Montevidéu foi um sufoco — recordou o ex-lateral em entrevista ao Balanço Final, da Rádio Gaúcha.
Hoje com 58 anos, empresário de jogadores e morador de Porto Alegre, Paulo Roberto conta que nunca havia assistido à decisão na íntegra. Segundo ele, muitos lances sequer recordava.
— Fiquei muito contente de reviver essa conquista. Nunca fui saudosista, mas as conquistas ficam na história e é uma emoção grande rever tudo isso. Fico lisonjeado. É muito legal até mesmo para os mais jovens poderem acompanhar um jogo como esse — destacou o ex-lateral tricolor.
Outro que falou com a Rádio Gaúcha após o jogo foi o então zagueiro Baidek, que também é empresário de jogadores e mora na Capital. Ele agradeceu, inclusive, pela retransmissão da partida:
— Foi uma recordação maravilhosa que vocês proporcionaram. Para nós, é um orgulho enorme estar nessa grande conquista.
Ambos destacaram a "guerra" dentro de campo. Quem pôde rever o jogo percebeu o quão disputada foi a partida dentro de campo. Chegadas fortes, disputas pelo alto e até empurra-empurra com direito a expulsões no final marcaram a final da Libertadores de 1983.
— Foi legal ver que o time do Grêmio era muito bom, bem treinado, que saía muito em velocidade. Mas o jogo teve muita pancadaria também — lembrou Paulo Roberto.
— A gente tinha de se impor na marcação, na força, e no berro também. Tínhamos de usar de todos os artifícios para superar um adversário tão forte — acrescentou Baidek.
No final, 2 a 1 em campo e festa de jogadores, comissão técnica, dirigentes e torcedores. Paulo Roberto lembra, inclusive, da forma como celebrou com o ex-presidente Fábio Koff:
— A festa foi grande. Lembro que eu, o Renato e mais alguns jogadores estávamos na banheira tomando espumante. O Dr. Fábio veio cumprimentar e a gente puxou ele para a banheira de terno e gravata. Ele não ficou bravo, saiu comemorando todo molhado. Lembro dessa cena como se fosse hoje.
Para Baidek, o que ficou marcado foi a festa da torcida após a partida no Olímpico:
— A torcida ficou uma, duas horas no estádio comemorando, sem sair dali, só cantando, celebrando. Aquilo foi muito emocionante.