A final da Libertadores de 1983, entre Grêmio e Peñarol, foi relembrada ao longo da semana e neste domingo (17) por GaúchaZH, Rádio Gaúcha e RBS TV no projeto Saudade do Esporte.
Para quem acompanhou e ficou curioso com as tradicionais notas de ZH, trazemos a cotação da época, publicada na edição de 29 de julho de 1983, um dia após o jogo. Confira:
GRÊMIO
Mazaropi: muito seguro nas intervenções, especialmente nos momentos de maior pressão do Peñarol, quando saiu muito bem nos pés de Peirano. Nota 9
Paulo Roberto: muito mais tranquilo do que no jogo de Montevidéu. Só teve alguns problemas no segundo tempo com Venancio Ramos, mas esteve seguro, inclusive no apoio. 8
Baidek: um pouco nervoso apenas no início do jogo. Depois, marcou Morena com boa antecipação e cometendo as faltas necessárias. 9
De León: fez tudo em campo: marcou bem, não falhou nunca, eficiente nas bolas altas e rasteiras. 10
Casemiro: velocidade e atenção para evitar qualquer lance perigoso na defesa do Grêmio. Deu um lançamento preciso para Osvaldo cruzar no primeiro gol. 9
China: perfeito sob todos os pontos de vista, tanto na marcação direta como na cobertura. Soube o momento certo do chutão para a frente e do toque para o companheiro. 9
Osvaldo: combateu como nunca no meio-campo, sem evitar o choque, chutando para a frente quando necessário e fazendo boas triangulações no setor. Cruzou a bola no primeiro gol. 8
Tita: finalmente teve a grande atuação na Libertadores que estava devendo à torcida do Grêmio. Prendeu a bola nos momentos de maior pressão do Peñarol, laçou e tabelou. 9
Renato: muito discreto no primeiro tempo, submetendo-se novamente à marcação de Diogo. Mas decidiu o jogo e o título, cruzando uma bola incrível para César marcar. 8
Caio: apesar do físico nada privilegiado pela natureza, brigou com os zagueiros do Peñarol, encarou a marcação e fez o gol que abriu o caminho para o título. 8
Tarciso: desta vez, não pode ser acusado de evitar o choque, pois foi o que mais fez em campo, preocupando os zagueiros com sua velocidade e recuando para marcar. 8
César: jogou 27 minutos e se igualou a Caio — na coragem e na marcação do gol. Só que o seu valeu o título inédito para o Grêmio. 9
PEÑAROL
Fernandes: perfeito nas saídas de gol e nas bolas altas. Sem culpa nos gols. Nota 8
Montelongo: passou trabalho com Tarciso no primeiro tempo. Pouco importunado no segundo. 7
Olivera: o líder do time. Por cima só dá ele, inclusive na área adversária. 8
Gutierrez: o mais fraco da defesa. Indeciso em vários lances. 5
Diogo: não tomou conhecimento de Renato e no primeiro tempo procurou o apoio. 8
Bossio: bem no bloqueio e na cobertura aos laterais. 7
Saralegui: bom jogador, mas apela muito para a violência. 7
Zalazar: o articulador das jogadas do Peñarol. Cresceu a partir da metade do segundo tempo e com ele o time. 8
Silva: não levou vantagem sobre Casemiro. Acabou substituído por Peirano, que pouco acrescentou. 5
Morena: preocupação constante para a zaga do Grêmio, na única conclusão marcou o gol uruguaio. 7
Venancio Ramos: habilidoso, driblador, o melhor do Peñarol. 9
Arbitragem
O peruano Edison Perez soube controlar com energia um jogo excessivamente nervoso, como são todas as decisões, não permitindo que os uruguaios, liderados por Olivera, interferissem no seu trabalho. Acertou nas expulsões de Renato e Venancio Ramos, no final da partida. Tecnicamente, teve falhas mínimas. Foi bem assessorado pelos bandeiras Henrique Labo e Carlos Montalvam. Nota 9