O Grêmio conquistou o título da Copa Ipiranga no fim de 2019 e teve como destaque um jogador que há tempos vem chamando atenção nas categorias de base do clube: Jhonata Robert. O meia-atacante de 20 anos é natural de Recife e chegou ao Tricolor no final de 2017.
Com deficiência auditiva que lhe reduz a 70% a capacidade em cada um dos ouvidos, o garoto tem mostrado que isso em nada atrapalha seu jogo de velocidade, dribles e visão.
Para este ano, espera fazer uma boa Recopa Gaúcha, ajudar a equipe no Gauchão e, quem sabe, integrar o grupo de Renato Portaluppi no decorrer de 2020.
Você saiu de Recife por causa do futebol?
Eu nasci em Recife, sempre morei lá. Em 2015, com 14 anos, viajei para fazer uma peneira no Barra Futebol Clube, em Balneário Camboriú, Santa Catarina, para onde fui com quatro amigos meus. Só eu e mais um ficamos. Pude me desenvolver lá, conheci muitos treinadores e muitos atletas. Foi onde eu me desenvolvi no futebol.
Como foi para você se afastar da família?
Sempre fui apegado a minha família e foi um momento difícil. Mas sempre me apoiaram e colocaram na minha cabeça que tenho de correr atrás do meu sonho. Foi isso que eu fiz.
Como está se sentindo no Grêmio?
Estou muito feliz. Cheguei ao final de 2017 jogando na transição e nos aspirantes. Dali fui mostrando meu futebol aos poucos e fui começando a ser reconhecido. Hoje, posso dizer que tenho uma história no Grêmio.
Como veio parar no Grêmio?
Eu estava jogando no profissional do Barra em 2017 e me destaquei. O pessoal de lá mandou um vídeo para o Grêmio, que gostou e me trouxe por empréstimo.
Você é meia-atacante? Prefere qual lado do campo?
Sou meia-atacante, mas eu me dou muito bem nos dois lados. Pude aprimorar tanto na direita quanto na esquerda, como também centralizado. Não tenho preferência.
Quais são suas principais características?
O drible, a visão de jogo e a técnica. Acho que são meus pontos fortes.
Como está sendo viver longe da família?
Sempre é difícil, né. Graças a Deus, eles me visitam. Mas também formei minha família, com minha namorada e meu filho que estão comigo. Mas a saudade lá de Recife é enorme.
Sua deficiência auditiva te prejudica de alguma maneira?
Isso é de nascença. Não prejudica, mas às vezes é difícil. Uma das coisas que aprimorei foi prestar atenção nas coisas, ficar mais ligado e mais atento. Uma coisa ajudou a outra, mas isso é muito complicado.
O que você espera de 2020?
Espero ter oportunidades no Gauchão para conquistar meu espaço. Quem sabe até ser campeão gaúcho e mostrar meu futebol na equipe profissional.
O que o torcedor pode esperar de você?
Alguém que vai se dedicar e ter amor pela camisa que está defendendo. E que vai procurar sempre fazer o melhor para trazer o título para o Grêmio.
Qual é seu maior sonho na carreira?
É jogar pela Seleção Brasileira e ganhar uma Copa do Mundo.
Quais jogadores são suas maiores inspirações?
Me inspiro muito no Neymar e gosto muito do estilo dele dentro de campo, da personalidade, de ir pra cima, do drible. É um dos caras que gosto bastante.
Como foi para você ser o melhor nome da Copa Ipiranga?
Depois do que aconteceu na transição, o título que a gente perdeu (para o Inter, na final do Brasileirão de Aspirantes), descemos para dar o nosso melhor. Também era o último ano na categoria júnior e fiquei muito feliz. Me dediquei, botei na cabeça que eu tinha de dar o melhor desde o início da competição e foi o que eu fiz. Fiquei muito feliz, principalmente porque ajudei a equipe a conquistar o título.
Como é ter a chance de trabalhar com o Renato?
Fiquei feliz pela renovação dele, é um cara que recolocou o Grêmio no caminho dos títulos. Se Deus quiser, terei a oportunidade de trabalhar e aprender bastante com ele.