Agora é contagem regressiva: todos os olhos apontam para Rosario, na Argentina, e Santiago, no Chile, onde Grêmio e Inter começarão suas caminhadas por mais uma Libertadores. Sem dúvidas, o campeonato mais importante dos clubes gaúchos no ano e aquele que mais motiva suas torcidas.
Enquanto o Tricolor discute as dores sentidas por de Luan no treino de sábado (2) e a ausência de Michel, fora da viagem com uma entorse no joelho, o Colorado discute a disputa por posição entre Patrick ou Nonato. Apesar disso, há poucas dúvidas nas cabeças de Renato Portaluppi e Odair Hellmann. Os dois times já estão definidos para as estreias.
Esta semana, o assunto nos debates esportivos foi quem ficou em um grupo "mais difícil" no torneio. E essa, para mim, talvez seja a pergunta mais fácil de ser respondida. Isso porque quem torna um grupo fácil ou difícil é o próprio time e o futebol por ele praticado.
Neste sentido, o Grêmio está muito mais avançado do que o Inter na execução do seu modelo de jogo. Em análise recente do Esquemão, mostrei que o Tricolor acerta em média 83.3% das ações nas partidas (o segundo melhor entre os times da Serie A) enquanto o Inter acerta 79.7%.
Isso porque o grupo do Grêmio joga junto há bastante tempo, tem as ideias bem internalizadas e os novos reforços se adaptaram rapidamente. No Inter, Odair, apesar de estar em sua segunda temporada, ainda não conseguiu manter uma regularidade no desempenho do time e os novos reforços estão demorando para encaixar.
Grêmio favorito, Inter nem tanto
Sendo assim, o grupo do Tricolor é mais fácil pelo simples fato de que o Grêmio tornou-se forte frente aos adversários. O Central, por exemplo, mudou seu treinador recentemente e não deve dar prioridade à disputa da Libertadores. A Universidad Católica do Chile também está em construção e deve ser um adversário difícil, mas não complicado. Vejo o Libertad do Paraguai como o adversário mais competitivo.
O Inter, por sua vez, vai enfrentar o atual campeão que, mesmo com a perda de algumas de suas principais figuras, consegue manter-se sólido e competitivo: o River Plate é o favorito para ficar em primeiro no grupo. O Alianza é um gigante peruano, tem camisa e torcida. Tem uma média de dois gols por jogo nesta temporada e deve dar trabalho. E o Palestino do Chile é o azarão do grupo, típico jogo que é difícil de prever.
Mas o que importa é o desenvolvimento do Inter em si. Odair precisa definir logo se vai abraçar o modelo reativo e de transições rápidas que deu certo ano passado, apostar no tripé Dourado-Edenílson-Patrick para ter intensidade nas roubadas de bola, e voltar a ser competitivo se quer chegar longe na Libertadores. Caso contrário, encontrará imensas dificuldades para disputar o título.
Enquanto isso, o Grêmio de Renato está jogando o melhor futebol do Brasil. Claro, os adversários do Gauchão não abonam essa observação ao 100%, mas o fato é que o time é muito competitivo e tem recursos para variar estratégias de jogo. Para disputar o tetra, precisa foco, sorte e manter o bom trabalho. O Grêmio é favorito, não há como negar.
Com o torneio sendo disputado o ano inteiro, as coisas podem mudar totalmente de perspectiva. Mas para início de competição, essa é a realidade. Que comecem os jogos!