Com o Palmeiras campeão e a dupla Gre-Nal garantida na Libertadores, fica aquela dúvida cruel: onde e quando Grêmio e Inter perderam a chance de ser campeões brasileiros? Este é o Diagnóstico Esquemão da semana.
Usando como base os índices criados por mim para medir 0fensividade (Índice WP) e solidez defensiva (Índice DFENS) das equipes, vamos dissecar os momentos do campeonato onde a dupla esteve perto de assegurar o topo e onde encontrou o seu crepúsculo. E agora, faltando uma rodada para o final da temporada, devem terminar disputando posição no G-4.
Grêmio e a volta da Copa
Foi na 18ª rodada, após vencer o Vitória por 4 a 0, que o Tricolor alcançou sua melhor performance no campeonato. A soma dos dois índices chegou ao valor de 3,085, a mais alta do Grêmio em todo o campeonato.
O curioso é que isso ocorreu com o time considerado reserva: Grêmio poupou os titulares para enfrentar o Flamengo, na Copa do Brasil, e recebeu ao rubro-negro baiano na Arena. A vitória veio com muita intensidade e teve até gol do meia Douglas, o primeiro depois de dois anos. O Tricolor chegou a ser terceiro lugar, mas terminou a rodada em quarto.
Com cinco pontos do então líder São Paulo, o Grêmio de Renato fez 10 rodadas de alto nível, mesmo alternando time reserva e titular, com uma média de 3,043 pontos por jogo na soma dos índices. E essas dez rodadas foram as que garantiram o Tricolor na Libertadores. Até que veio o confronto contra o Palmeiras de Felipão na 29ª rodada.
O time de Renato foi derrotado por 2 a 0 e baixou de forma significativa a sua média de performance, fazendo 2,974 pontos nos índices. Seguiu em quinto lugar na tabela, mas a oito pontos do líder Palmeiras. O campeonato havia acabado para o Grêmio.
Inter e a ilusão da liderança
Na 19ª rodada, o Inter alcançava sua melhor performance no campeonato, chegando a 3,072 pontos. O time de Odair Hellmann já tinha tido o gostinho de ser líder do campeonato por duas rodadas antes da Copa e lutava pra se manter na vice-liderança.
Um Beira-Rio lotado, animado pela chegada de Paolo Guerrero, queria empurrar o Inter para a liderança. E a vitória sobre o Paraná, com gol de falta de Camilo, colocou o Colorado na ponta da tabela por algumas horas. Nascia aí a ilusão do título colorado.
Essa ilusão durou sete rodadas, onde o Inter manteve uma média de 3,047 pontos na soma dos Índices Esquemão. Na 26ª rodada, o Inter enfrentou o Corinthians em Itaquera e, em jogo cheio de polêmicas, terminou empatando 1 a 1. Empate que impediu que o Colorado tomasse a liderança do São Paulo e teve desempenho abaixo da sua média de então, fazendo 2,974 pontos na soma dos índices.
Gráfico: a decadência da dupla
A partir da 26ª (Grêmio) e da 29ª rodada (Inter), a dupla Gre-Nal entrou em uma linha descendente na soma dos índices Esquemão, caindo rodada a rodada em seu desempenho e perdendo pontos importantes. O título já era impossível, por mais que o torcedor sonhasse, a realidade mostrava outra coisa.
E, mesmo que tenham variado entre performances boas e ruins, Grêmio e Inter terminam a 37ª rodada com algo que não havia acontecido em todo o Brasileirão: empatados na soma dos Índices Esquemão. Ambos com 2,867 pontos. Bem abaixo das melhores médias de quando ambos ainda lutavam por chances de título.
Para 2019, fica a certeza de que a disputa do título exige um desempenho competitivo e, principalmente, regular. Foi um bom ano para os dois times? Sim. Mas o Diagnóstico Esquemão está feito e detectado onde e quando eles perderam suas chances de vencer o Brasileirão.
Os Índices WP e DFENS são formulados em cima de estatísticas fornecidas pela InStat.