Por Romildo Bolzan, presidente do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense
O ano de 2019 chega para nós, gremistas, como uma marca histórica. A partir de janeiro, disputaremos nossa 19ª Libertadores da América, um número significativo no competitivo futebol brasileiro — igualado apenas pelos também campeões São Paulo e Palmeiras.
Será mais uma temporada de grandes disputas, emoções à flor da pele e fundamentalmente de uma busca incansável por um fairplay condizente com a grandeza dessa competição e das instituições que competem pelo posto máximo no futebol sul-americano.
A Copa Libertadores da América é o certame que dá ao gremista aquele brilho nos olhos, típico de quem, desbravando os meandros do futebol sul-americano, carregado de hostilidade, imposição e catimba, chegou de forma pioneira ao título de 1983 e colocamos o Rio Grande do Sul na vitrine do mundo, com o Mundial Interclubes no Japão.
Anos mais tarde, atingimos o virtuosismo de 1995, quando, munidos de um time inteiramente sanguíneo, com alma de campeão, haja vista as conquistas que se avolumaram por quase uma década, nos sagramos bicampeões da América e reafirmamos nossa identificação com o torneio.
Passados mais 22 anos, chegamos a 2017, um ano que para nós começou ainda em meados de 2016, quando, imbuídos da necessidade de revigorar economicamente o Grêmio, reestruturamos o clube almejando novos títulos. Era preciso que tal iniciativa reverberasse dentro das quatro linhas, levando fôlego suficiente para a conquista do tão sonhado tri da América. Foi com essa estratégia que, em 29 de novembro daquele ano, calando o estádio lotado do Lanús, o Grêmio coroou o ano do tricampeonato do clube.
Nesta rota de glórias, posicionamos o Tricolor no topo da América por três vezes ao longo de sua história e o transformamos em um dos mais emblemáticos competidores. Com isso, ganhamos nós, torcedores, e, na esteira dessa notoriedade, ganhou também o Rio Grande do Sul, para onde voltamos todas as atenções de milhões de torcedores e dos variados stakeholders com os quais nos relacionamos.
Assim, pintamos o Estado de azul, preto e branco e o cobrimos com os louros de nossas conquistas, dando maior visibilidade às potencialidades de nossa terra.
O movimento inverso também se notabiliza quando a torcida adversária invade o Rio Grande com seus times, se regozijando em nossa reconhecida hospitalidade, agitando o turismo local e explorando a cultura gaúcha em suas mais variadas manifestações.
Sob o viés econômico interno, vale também destacar que o ganho desportivo da Libertadores precede o ganho financeiro, o que ao fim e ao cabo irá fomentar o aumento de receitas diretas e indiretas decorrentes do título da América.
No ano que se avizinha, tentaremos mais uma vez levar ao Rio Grande do Sul inteiro as nossas três cores, homenageando o Estado que é referência em formação e lapidação de jovens talentos do futebol. Garra e vontade não nos faltarão para que possamos representar com responsabilidade e orgulho aquele que ajudou a projetar o nome do Grêmio para muito além dos limites geográficos.