Vinculado ao Grêmio até 2020, Lincoln retornou a Porto Alegre nesta quinta-feira (15). No entanto, ainda não foi para vestir a camisa tricolor. Emprestado ao América-MG, o meia (que acabou de completar 20 anos) ficou sentado no banco de reservas do Beira-Rio, assistindo à derrota para o Inter. Porém, a próxima vez que vier à capital gaúcha, ao final do Brasileirão, será para ouvir se será aproveitado na próxima temporada pelo clube que o revelou para o futebol ainda muito jovem, aos 16 anos, em 2015. Antes desta resposta, atendeu a reportagem de GaúchaZH.
Alguém da direção entrou em contato contigo para dizer se você será aproveitado em 2019?
— Ninguém entrou em contato comigo. E eu estou completamente focado aqui, porque está complicada a nossa situação. Mas, se Deus quiser, vamos sair (da zona de rebaixamento). Primeiramente, quero pensar no América, que é o clube que estou servindo. Para 2019, se pintar uma oportunidade de permanecer no Grêmio, quero jogar. Assim como todos os jogadores, é muito difícil ser emprestado e não jogar no próprio clube. Mas, tem que respeitar. Pretendo trabalhar forte para ter essa oportunidade.
E como está a sua vida no América-MG?
— Não estou tendo uma sequência muito grande. Joguei duas partidas e, agora, estou mais como opção do treinador, trabalhando para conseguir jogar e ter minha oportunidade.
Você surgiu como um meia que jogava centralizado. Como vem jogando agora?
— Minha posição é meia central, mas já joguei de segundo volante, lembro de jogar mais aberto com o Felipão, em um Gre-Nal. Minha posição é a de meia central, mas posso jogar tanto aberto como volante. Para mim, não tem problema.
Para essa posição, hoje, o Grêmio conta com Luan e Jean Pyerre, que você conhece muito bem. Não é uma concorrência muito grande?
— É uma concorrência muito sólida, mas muito tranquila. Com Luan, trabalhei há 3 anos, quando subi para os profissionais com o Felipão. O Jean, eu conheço desde os 8 ou 9 anos de idade. Jogamos juntos nas categorias de base. Também tem o Douglas. Não vou ter problemas. Creio que a concorrência é muito boa no futebol.
Quando você retornou da Turquia (esteve emprestado ao Rizespor), ficou um tempo no Grêmio antes de ir para o América-MG. Como foi esse período?
— Foi muito bom. Quando voltei da Turquia, peguei férias de um mês. Depois, fiz uma pré-temporada separado. Acredito que estava treinando bastante, ia ter minha oportunidade, mas surgiu o América para eu ter uma sequência melhor. Às vezes, nós jogadores, precisamos abrir mão de algumas coisas para ter outras. Se voltar ao Grêmio, vou dar meu máximo.
O técnico Renato Portaluppi ainda não definiu se vai renovar com o Grêmio para 2019. Isso te atrapalha?
— Na Turquia, o treinador me viu jogar na seleção de base e me indicou. Não trabalhei um mês com ele e, infelizmente, foi demitido. Agora, a mesma coisa no América. O Adílson Baptista me pediu e foi demitido. Essa é a nossa rotina no futebol. Mas o Renato está há quase três anos no Grêmio, e isso facilita bastante. Ele conhece os jogadores.
Muita gente avalia que você subiu cedo demais para os profissionais, quando tinha apenas 16 anos de idade. Você concorda com essa afirmação?
— Eu, particularmente, não concordo. Jogava na categoria de base do Grêmio, na categoria de cima, com jogadores dois anos mais velhos do que eu. Quando eu ia para a Seleção Brasileira de base, eu era o mais jovem do grupo. Disputei o Mundial Sub-17 (em 2015), e quem me viu é um treinador campeão do mundo, que é o Felipão. Ele me viu jogar na base com jogadores de 20 anos. Não sei se eu estou errado ou Felipão, mas ele é campeão do mundo. A decisão dele tem que ser respeitada. Podia ter subido um jogador de 20 anos, mas me deu uma oportunidade. Muitas pessoas não respeitam isso. Nem Deus agradou a todos, não vai ser eu ou o Felipão que vamos agradar. Sou tranquilo com relação a isso. Se eu subi, foi por méritos meus, não por indicação de empresário.