Dois jogos e três viagens em apenas quatro dias. Os números evidenciam a maratona que precisará ser enfrentada pelo Grêmio em duas competições simultâneas. O primeiro trecho, entre Porto Alegre e Belo Horizonte, com conexão no Rio, foi cumprido na sexta-feira (13). Poucas horas depois da vitória contra o Cruzeiro, sábado (14) na abertura do Brasileirão, os jogadores cumpriram o caminho de volta. A tarde de domingo já reservava treinamento no CT Luiz Carvalho. E uma nova viagem, desta vez em voo fretado, até o Paraguai, teria início na madrugada desta segunda-feira (16), para o jogo da terça, contra o Cerro Porteño, pela Libertadores.
Por isso, Renato aproveitou para alfinetar quem critica a estratégia de preservação de alguns titulares que ocorrerá em determinados jogos até o final da temporada.
— Espero que as pessoas comecem a compreender um pouquinho melhor quando tivermos de poupar alguns jogadores. Eles não são robôs, são seres humanos — disse o treinador.
A primeira preservação foi a de Luan e valeu para o jogo no Mineirão. As dificuldades do Grêmio se agravaram com a virose de Geromel, constatada na manhã de sábado. Na entrevista, Renato revelou que Kannemann e Bressan também apresentava sintomas de gripe.
Até 13 de junho, data em que o Brasileirão será interrompido para a Copa do Mundo, o Grêmio terá disputado 18 jogos, já incluído o de sábado passado. O calendário será inchado pela Copa do Brasil, com uma provável estreia no final de abril.
— São três grandes competições, viagens toda hora, o desgaste é muito grande — completa Renato.
Por isso, iniciar o Brasileirão com vitória foi um aspecto ressaltado com ênfase pelo treinador. Ainda mais nas circunstâncias. Fora de casa, o Grêmio enfrentou um dos favoritos ao título e não se abalou nem mesmo com a expulsão de Kannemann.
— Foi uma vitória com v maiúsculo. Não é nada fácil enfrentar o Cruzeiro dentro do Mineirão. É inédito uma equipe ter 70% de posse de bola porque o Cruzeiro sempre propõe o jogo em casa — afirmou.
Renato valorizou o fato de seu time não ter alterado a forma de atuar mesmo quando ficou com um jogador a menos em campo em relação ao adversário. Lembrou que já em 2017, quando enfrentou maratona semelhante, a equipe sempre se manteve dentro do G-4 do Brasileirão. Fica claro, para o técnico, que sua equipe tem uma filosofia de jogo.
— O Grêmio joga bonito, cria situações, conquistas vitórias. Montamos este grupo para conquistar. O mais importante é encantar o Brasil com o futebol que jogamos. Os jogadores botaram na cabeça que é preciso ganhar, ganhar e ganhar — ressaltou.
Em sua entrevista, o presidente Romildo Bolzan Júnior revelou uma conversa dos jogadores dentro do vestiário, na qual eles destacaram a importância de não desperdiçar pontos. Uma referência ao Brasileirão de 2017, em que, pressionado pelo calendário, o Grêmio optou por escalação reserva e distanciou-se demais do Corinthians, que se sagraria campeão.
— Não se pode perder pontos que não podem ser perdidos. Tivemos (contra o Cruzeiro) uma vitória excepcional de um time que sabe o que está fazendo dentro de campo. O Grêmio está preparado para enfrentar qualquer situação — aposta o dirigente.