A vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio, diante do Cruzeiro, em pleno Mineirão, fala por si. Poderia ter sido um triunfo aleatório, pelo placar mínimo. Não foi o caso. Disse na transmissão da Rádio Gaúcha que foi a melhor atuação do time de Renato em 2018. Por alguns motivos bem claros.
No primeiro tempo, o Grêmio chegou perto de 70% de posse. Girou a bola, como sempre fez, com toda a paciência possível. O Cruzeiro, povoado no meio-campo, tentava, como estratégia, cortar esta troca curta de passes do Grêmio. Não a impediu, mas a tornou estéril. Sem Luan, o abridor de espaços, não havia como furar as linhas defensivas do Cruzeiro.
Cicero não soube liderar esta tarefa. Não houve chance de gol para lado algum até o intervalo.
Marcelo Grohe quase bocejou nos primeiros 45 minutos. O Cruzeiro só se defendeu. A torcida vaiou, exigindo mais grandeza em casa. Eis a armadilha que liquidou o Cruzeiro.
Mano Menezes adiantou seu time, colocando Sassá no lugar de Sobis e adotando uma postura mais no campo do Grêmio. Pois bastou o Cruzeiro se arriscar um pouco ao ataque que o espaço apareceu para o time de Renato. Um erro fatal.
A partir daí, aos poucos, Éverton foi tendo o mano a mano a seu favor. Finalizou duas vezes. Fábio salvou. Cortez foi ao fundo, cruzou, veio o cabeceio e Dedé tirou. Na sequência, o gol do estreante André. Jogada de Ramiro pela direita (também no mano a mano), Éverton raspa de cabeça na primeira trave e André faz a leitura correta de onde iria a bola: 1 a 0.
Tudo seria mais fácil não fosse a expulsão do Kannemann, a 27 do segundo tempo. Ele foi cobrir Paulo Miranda e chegou atrasado. Mesmo com 10 jogadores durante 20 minutos, o Grêmio terminou o jogo com mais posse de bola. Mostrou superação, se organizando em duas linhas de quatro.
Renato tirou André e colocou Bressan. Cícero foi adiantado. A minha atrás dele ficou com Ramiro, Arthur, Michel e Jailson. Os toques de heroísmo necessários nestes momentos surgiram. Paulo Miranda e Bressan afastaram chances de gol. Grohe operou grandes defesas.
Enfim: nos dois cenários, 11 contra 11, o Grêmio mostrou superioridade. Depois, com um a menos, exibiu outras virtudes, sobretudo a da superação. E tudo isso sem Geromel e Luan desde o início. E sem Kannemann por 20 minutos.
Por isso a vitória do Grêmio na estreia do Brasileirão, no Mineirão, foi igualmente sua melhor atuação em 2018: aliou estratégia, maturidade e superação quando foi preciso. Uma cartão de visitas e tanto, apresentado-se como favorito, numa tarde perfeita para o Grêmio.