O Grêmio embarca às 22h desta segunda-feira (27) para a Argentina cobrando da Conmebol e das autoridades argentinas total segurança para seus jogadores e os cerca de cinco mil torcedores que estarão na final contra o Lanús, quarta-feira. Relatos sobre revide em relação a atos de hostilidade verificados contra quatro mil argentinos foram rechaçados pela direção e atribuídos a uma tentativa de intimidação.
A direção ainda aguarda que seja anulado o terceiro cartão amarelo aplicado a Kannemann no jogo do dia 22, que tira o zagueiro argentino da final. Por enquanto, o clube já conseguiu com que a Conmebol voltasse atrás em sua decisão de escalar o ex-árbitro argentino Héctor Baldassi como assistente. O substituto será um colombiano, cujo nome não foi ainda divulgado.
— Existe sempre uma tentativa de equilibrar as coisas. De forma alguma o Lanús foi prejudicado. É um choro para equilibrar a balança — disse o vice de futebol Odorico Roman, receoso quanto às consequências.— É lamentável criar um clima hostil para tentar intimidar o Grêmio. Lamentamos declarações que possam acirrar os ânimos. Criam um clima de hostilidade desnecessário e perigoso, porque o futebol envolve paixão.
O dirigente disse ter recebido relatos segundo os quais os 98 ônibus que levaram os torcedores do Lanús para a Arena fizeram o trajeto com normalidade, no máximo com pequenos incidentes, considerados normais em decisões.
— É uma mentira dizer que a torcida foi recebida com violência. Esperamos que as autoridades policiais e a Conmebol tenham todas as precauções para garantir segurança da torcida do Grêmio — cobrou.
Ao comentar os resultados da reunião entre o presidente Romildo Bolzan Júnior e o executivo André Zanotta com dirigentes da Conmbebol, na sexta-feira, Roman disse ter ficado satisfeito:
— Temos a garantia da Conmebol de que o campo vai decidir a Libertadores. Se quiserem tirar o título do Grêmio, terá que ser na bola. E não será fácil.
Renato Portaluppi disse desejar que tudo se resolva dentro de campo. O técnico disse ter conversado por cerca de uma hora com seus jogadores antes do treinamento da manhã de domingo e os orientou a não se envolver com outras questões alheias ao jogo, entre elas a arbitragem.
— O que poderiam ter feito, fizeram — afirmou Renato, ao analisar a viagem de Bolzan ao Paraguai. — Temos que esquecer este negócio de arbitragem e chegar na Argentina e procurar jogar futebol, como sempre fizemos.
Ainda assim, não deixou de, outra vez, de lamentar o cartão recebido por Kannemann e condenou a não utilização do vídeo. Comparou com sua época de jogador, em que os árbitros também erravam de propósito "ou por serem ruins", com a diferença de que não existia a tecnologia de hoje. Sobre a tentativa de anulação do cartão, mostrou-se cético.
— Sinceramente, não acredito muito, não. Mas a imagem está aí e prova tudo. O que mais me irritou foi o árbitro não ter usado o vídeo — criticou.
Sobre o jogo, espera uma postura diferente do Lanús, pela necessidade de fazer gols e reverter a vantagem que, hoje, é do Grêmio.
— Lá, eles vão ter que sair para o jogo. Uma coisa é só se defender e tentar achar o gol no erro do adversário. Com certeza, deixarão espaços — acredita Renato.