O Grêmio jogou como quem treina na noite desta quarta-feira (8), no Moisés Lucarelli, em Campinas. Apesar de muito pressionado nos minutos finais do jogo, fez o suficiente para, com apenas três titulares, vencer a Ponte Preta por 1 a 0 e manter-se no G-4, sua principal meta até o encerramento do Brasileirão. Com a derrota, o time paulista afundou de vez na zona de rebaixamento.
Renato optou por um time sem armadores. Montou o Grêmio no 4-1-4-1, com Cristian fixo na frente da área, e deu liberdade de avanço para Michel e Jailson. Como nenhum dos dois foi efetivo, assim como Ramiro, aberto pela direita, coube a Everton tentar algo mais efetivo, pela esquerda. Muito pouco, o que foi comprovado pela estatística. A 11 minutos, Cristian aproximou-se da área, serviu a Jael, que não dominou , e Everton, na sobra, chutou muito alto. Aos 14, nova participação de Cristian, desta vez em escanteio. O cruzamento saiu bom, mas foi desperdiçado por Jael, que errou o cabeceio.
A expulsão de Fernando Bob, a 17 minutos, por chute nas costas de Ramiro, parecia sinalizar o controle das ações pelo Grêmio, mas não foi isso que se viu. O time só chutaria mais uma vez, de novo por Everton, depois de gingar na frente do lateral Emerson, mas Aranha defendeu.
Em vez de acelerar o ritmo e encurralar de vez um adversário com apenas 10 jogadores, talvez com a saída de um dos quatro volantes, o Grêmio desperdiçou tempo com uma insossa troca de passes laterais. Seu injustificado desinteresse pelo jogo permitiu que a Ponte Preta criasse duas oportunidades pouco antes do encerramento do primeiro tempo. Aos 41, Cristian errou a saída de bola e permitiu que Lucca avançasse para um cruzamento perigoso. Aos 45, Danilo Fernandes bateu escanteio e a bola só não entrou pelo providencial corte de cabeça de Léo Moura.
Dois sustos em uma única jogada, no começo do segundo tempo, que fizeram Marcelo Grohe brilhar com defesas difíceis, pareceram despertar o Grêmio para a partida. Aos quatro minutos, Jael, com visão de jogo, fez boa abertura para Léo Moura, na direita. Saiu, finalmente, um cruzamento com endereço certo, na direção de Ramiro, que cabeceou e fez 1 a 0.
Ainda que mais aceso, o Grêmio continuava a esbarrar na falta de criatividade. E incorria em chutões na direção dos atacantes, um tipo de jogada fora de seus padrões habituais. Renato tentou corrigir com a troca de Jael por Beto da Silva, mas a solução não veio. Pelo contrário. A Ponte Preta, no desespero, teve uma chance real, em cobrança de falta de Rodrigo, defendida por Grohe. E outra, de novo por seu zagueiro, para nova defesa que confirma a ótima fase do goleiro do Grêmio. Para piorar, Beto da Silva sentiu lesão muscular e precisou sair de campo. Aos 37, quase o empate. Marcelo Oliveira falhou feio ao cair na frente de Lucca, que cruzou na direção de Léo Gamalho. Atrapalhado, o atacante desperdiçou elevou de vez ao desespero os pouco mais de seis mil torcedores presentes.