Novo executivo de futebol do Grêmio, André Zanotta mistura sucessos como as contratações de Ricardo Oliveira, Victor Bueno e Diego Souza com as fracassadas investidas em Reinaldo Lenis, Mark González e Leandro Damião.
Depois de vencer uma disputa com sete concorrentes, ele iniciará suas atividades segunda-feira, dia 20.
Todas as fontes ouvidas consultadas por Zero Hora atestam que se trata de um profissional estudioso e avesso a entrevistas.
Advogado, 36 anos, Zanotta chegou ao Santos em 2013 como auxiliar do departamento de futebol e, em pouco tempo, foi de superintendente de esportes a gerente de futebol, na gestão do ex-presidente Odílio Rodrigues.
- Ele contratou o Leandro Damião, que foi banco durante todo o ano de 2014 - recorda o jornalista Michael Santos, que cobre o clube da Vila Belmiro para o jornal A Tribuna de Santos.
Leia mais:
Exame aponta edema na coxa direita de Marcelo
No colo de Renato, garoto com doença rara visita vestiário gremista em Pelotas
No Santos, Zanotta trabalhou ao lado do gerente de futebol Sérgio Dimas, que deixou o cargo no início deste ano. Diferentemente do jornalista Michael Santos, Dimas vê como exitosa a passagem do novo executivo do Grêmio pela Vila Belmiro.
- Ele contratou Ricardo Oliveira, trouxe de volta o volante Renato, buscou Victor Bueno do Botafogo-SP. Com ele, também se firmaram Zeca, Thiago Maia, Gabriel Barbosa - destaca o dirigente.
Para Dimas, trata-se de um profissional atualizado, "antenado" com o mercado e que possui forte conhecimento da legislação esportiva.
- Trabalha sempre em consenso com os treinadores. As contratações feitas no Santos sempre partiram de um entendimento prévio - observa.
Curiosamente, foi uma falha na observação da legislação que praticamente determinou a saída de Zanotta do Sport Recife, clube em que trabalhou por um ano.
Na metade do ano passado, sem se dar conta de que o lateral-direito Auro já havia disputado a Copa do Brasil pelo Linense, além do Brasileirão pelo São Paulo, o dirigente o contratou para o clube pernambucano.
Como a lei veda ao jogador defender três clubes numa mesma temporada, Auro foi impedido de jogar e a imagem de Zanotta ficou abalado junto aos torcedores e, sobretudo, direção.
Antes, porém, ele havia sido incensado no mês de março de 2016 por ter trazido de volta Diego Souza, que havia trocado o Sport pelo Fluminense no final de 2015.
Na sua conta, também são debitadas as contratações do atacante colombiano Reinaldo Lenis e do meia chileno Mark González, que não corresponderam em campo.
- Muitas vezes, ele pagava a conta por trazer jogadores que o presidente havia indicado - defende Marcos Leandro, editor de esportes do Jornal do Commercio, de Recife.
Leia mais:
Com acerto salarial, Grêmio tenta antecipar liberação de Musto
Para João Victor Rangel, repórter da Rádio Jornal, de Recife, Zanotta só fará sucesso no Grêmio se contar com autonomia para montar o elenco.
Algo que, de acordo com o jornalista, faltou ao executivo em sua trajetória no Sport.
- Aqui, ele era um mais um cumpridor de tarefas. Só fazia o que o vice de futebol Arnaldo Barros (hoje presidente do clube) mandava. Zanotta tem muito conteúdo, livre acesso em diversos clubes, é bem quisto no mercado. Mas terá liberdade para trabalhar no Grêmio ? - pergunta Rangel.
A própria direção do Grêmio informou ter sabatinado oito nomes. Só vieram à tona, entretanto, além de Zanotta, os de Felipe Ximenes e do gaúcho Luciano Elias, gerente da Copa do Mundo em Porto Alegre, com passagem pela Federação Gaúcha e Caxias.
Localizado por Zero Hora, Zanotta disse que só irá falar na data de sua apresentação.