Após a eliminação precoce na fase de grupos da Copa do Mundo Feminina, a técnica da Seleção Brasileira, Pia Sundhage, deixou Melbourne no fim da tarde desta quinta-feira (3) (no fuso horário australiano), rumo à Suécia, antes mesmo do restante do grupos. Por questões logísticas, a delegação retornará ao Brasil apenas no domingo (6), em voo fretado. Contestada após o mau resultado no Mundial, a treinadora sueca terá o seu trabalho reavaliado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a partir da próxima semana.
Pia deixou a concentração do Brasil por uma porta lateral, ao lado dos seus auxiliares Lilie Persson, Anders Johansson e Ann Heller. A comissão sueca foi conduzida até o aeroporto de Melbourne por um carro oficial da Fifa. A treinadora não falou com a imprensa.
A atacante Marta também não voltará ao Brasil com o restante da delegação no domingo (6). A camisa 10, que atua no Orlando Pride, embarcará nesta sexta-feira (4) rumo aos Estados Unidos. Outras atletas que atuam no Exterior também poderão, se quiserem, antecipar o retorno aos seus países, em voos comerciais, por conta própria.
A maior parte da delegação, porém, por questões logísticas, permanecerá na Austrália até domingo (6). Embora o planejamento considerasse todos os cenários, incluindo o da eliminação na fase de grupos, o aeroporto de Melbourne não tinha vaga para acomodar o avião brasileiro em seus hangares. Desta forma, a aeronave ainda terá que vir da Europa para buscar a Seleção na Oceania, rumo ao Rio de Janeiro.
Pia Sundhage tem contrato com a equipe brasileira até os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024. Porém, devido à eliminação precoce, em plena fase de grupos do Mundial, existe a possibilidade de a treinadora e seus auxiliares serem desligados. O tema será avaliado pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, a partir da próxima semana, quando toda a delegação já tiver retornado ao Brasil.
Em nota após a eliminação, Ednaldo não falou sobre o futuro da comissão técnica, apenas prometeu mais investimento no futebol feminino no próximo ciclo.
— Já antecipo que este resultado em nada irá mudar o propósito da CBF na minha gestão de continuar investindo de forma consistente no futebol feminino como um todo. Pelo contrário, vamos intensificar este investimento. Teremos agora um ciclo olímpico pela frente e seguiremos dedicados a avançar — disse o presidente.
Já Pia, na entrevista coletiva após o empate com a Jamaica, nesta quarta (2), também evitou projetar o futuro no cargo.
— O meu contrato se encerra no dia 30 de agosto do ano que vem — limitou-se a afirmar.
Em relação às atletas, a única que debateu de forma mais profunda a possibilidade de troca no comando técnico foi a zagueira e capitã Rafaelle.
— Eu acho que temos que pensar o que é melhor para o futebol feminino. Se tiver alguém com mais condição, com mais qualidade, o futebol feminino merece isso — disse, em entrevista na zona mista do Estádio Retangular de Melbourne.
Em quatro anos de trabalho, Pia Sundhage tem 57 jogos como técnica da Seleção, com 34 vitórias, 13 empates e 10 derrotas. A única conquista foi a Copa América 2022. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, o Brasil foi eliminado nas quartas de final. Já na Copa do Mundo 2023, a equipe caiu na fase de grupos, o pior resultado desde o Mundial de 1995.