Se o domínio do futebol europeu é claro entre as quatro seleções semifinalistas na Copa do Mundo, também é percebido entre os seus comandantes. Os quatro treinadores que comandam Bélgica, França, Inglaterra e Croácia são naturais do Velho Continente. Didier Deschamps, da França, e Gareth Southgate, da Inglaterra, nasceram nos países que treinam. Roberto Martínez, da Bélgica, é espanhol. Zlatko Dalic tem nacionalidade croata, mas nasceu no território da atual Bósnia e Herzegovina na época da antiga Iugoslávia. GaúchaZH conta a trajetória dos quatro treinadores que ainda sonham com o título mundial na Rússia.
Roberto Martínez (Bélgica)
Martínez é o único entre os treinadores semifinalistas que não tem a nacionalidade do país que comanda. Natural de Balaguer, na Espanha, o treinador de 44 anos começou a carreira de jogador como volante na Espanha em 1991, mas atuou boa parte do seu período como atleta na Inglaterra. Depois de se aposentar em 2007, imediatamente pulou para a função de técnico. E na mesma Inglaterra em que vivia quase ininterruptamente há 20 anos. Passou por Swansea, Wigan e Everton.
A chance de assumir a Bélgica chegou em 2016, quando Marc Wilmots foi demitido após a Euro. O trabalho com a talentosa equipe foi consistente. Nas Eliminatórias, a seleção belga teve nove vitórias e um empate em 10 jogos e garantiu o primeiro lugar, com a classificação direta ao Mundial, à frente da Grécia e da Bósnia e Herzegovina na chave.
Em sua primeira Copa do Mundo como treinador, chegou às semifinais como a única seleção com 100% de aproveitamento — e com direito a uma vitória sobre o Brasil nas quartas.
Didier Deschamps (França)
Nascido em Bayonne, Deschamps foi uma peça ativa no único título mundial francês até hoje. Em 1998, quando tinha 29 anos, foi o capitão da geração liderada por Zidane na Copa disputada em casa. Vinte anos depois, é o treinador em uma nova aparição nas semifinais.
O volante começou a carreira de jogador no Nantes. Ainda na França, passou por Olympique de Marselha e Bordeaux. Depois, rodou a Europa jogando por Juventus, Chelsea e Valencia.
Parou de jogar em 2001 e já começou a carreira de técnico. Passou por Monaco, Juventus e Olympique de Marselha até ser convidado para treinar a França em 2012. Os trabalhos na seleção resultaram em uma eliminação nas quartas de final na Copa de 2014 e em um vice-campeonato na Euro 2016, perdendo a final para Portugal. Na Copa deste ano, a favorita passou em primeiro no grupo e, no mata-mata, passou por Argentina e Uruguai.
Gareth Southgate (Inglaterra)
O homem de 47 anos é a personificação do planejamento britânico. Southgate, que foi zagueiro e volante em seus tempos de jogador, é técnico desde 2006. Passou pelo Middlesbrough, mas foi o trabalho pela Federação Inglesa que o fez aparecer. Entre 2013 e 2016, comandou a seleção sub-21 inglesa.
O treinador foi colocado no cargo de forma interina em setembro de 2016 quando Sam Allardyce foi demitido após apenas um jogo devido a um escândalo de corrupção no futebol inglês. Dois meses depois, Southgate foi efetivado no cargo e conduziu uma campanha tranquila nas Eliminatórias.
Na Copa, a Inglaterra ficou em segundo no Grupo G, atrás da Bélgica, mas passou por Colômbia (nos pênaltis) e Suécia para chegar às semifinais pela primeira vez desde 1990.
Zlatko Dalic (Croácia)
Dalic nasceu na cidade de Livno que, em 26 de outubro de 1966, era um território da Iugoslávia. Atualmente, pertence à Bósnia e Herzegovina. Apesar das questões políticas da região, o treinador assumiu a nacionalidade croata. Como volante, passou toda a carreira em times da região da antiga Iugoslávia — na maior parte, na própria Croácia. Parou de jogar em 2000.
Técnico desde 2005, passou por times da Croácia, Albânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Assumiu a seleção croata em outubro de 2017 por conta dos maus resultados de Ante Cacic. Mesmo com pouco tempo no cargo, conseguiu bons frutos imediatos. Garantiu o segundo lugar no grupo nas Eliminatórias e venceu a Grécia na repescagem. Na Copa, ficou à frente da Argentina no Grupo D, com direito a uma goleada de 3 a 0. No mata-mata, precisou vencer duas decisões por pênaltis para chegar às semifinais, contra Dinamarca e Rússia.