Com a eliminação dos principais nomes do futebol mundial e com o afunilamento natural na fase mata-mata da Copa do Mundo, a disputa pelo título de craque do torneio vai começando a se desenhar. Sem Cristiano Ronaldo, Messi e Neymar, a escolha pelo melhor jogador não deve ser tão óbvia como em competições anteriores. Guardada suas devidas características, cada uma das quatro seleções semifinalistas possuem nomes de peso para levar o troféu.
França, Bélgica, Inglaterra e Croácia mostraram força no jogo coletivo. Despacharam tradicionais favoritas ao título Mundial. O jovem time de Didier Deschamps, com média de idade de 26 anos, eliminou a Argentina de Messi, enquanto a Seleção Brasileira sucumbiu diante da "ótima geração" belga.
A Copa da Rússia está se comprovando o Mundial das equipes. Cada peça tem função vital. As semifinalistas homenageiam o jogo bem jogado, com toques refinados, transições rápidas e muito volume de jogo.
Confira aos artistas do espetáculo em solo russo candidatos ao troféu de craque da Copa:
Harry Kane (Inglaterra)
Harry Kane é para os ingleses muito mais do que apenas um atacante definidor. Capitão da Inglaterra aos 24 anos, o atleta lidera a equipe em uma campanha histórica para os ingleses em Copas — estão de volta a uma semifinal de Mundial após 28 anos de ausência.
Dos 14 gols marcados pela Inglaterra em cinco partidas na Rússia, seis são do jogador do Tottenham. O artilheiro da competição, até o momento, anotou um tento a cada 65 minutos nos gramados russos (três deles de pênalti). Mas o dado que mais impressiona do inglês neste Mundial: nenhum goleiro conseguiu defender um chute de Kane. Os seis disparos que tiveram a direção do gol entraram. Outros três foram longe do alvo e um foi bloqueado.
Kane ainda se deu ao luxo de não jogar uma partida, contra a Bélgica na última partida da fase de grupos. Dos quatro jogos que atuou, foi eleito o melhor em campo em três: diante da Tunísia, do Panamá e da Colômbia.
Antoine Griezmann (França)
Antes mesmo de pisar em solo russo, Antoine Griezmann já estava credenciado a estar na entre os melhores desta Copa. Um dos finalistas da Bola de Ouro da Fifa em 2016, o atacante de 27 anos comanda a renovação da seleção francesa ao lado do goleiro Lloris.
Assim como na Eurocopa de 2016, o melhor futebol de Griezmann começa a despontar no mata-mata da Copa do Mundo. Depois de marcar contra a Argentina na vitória por 4 a 3, o atacante do Atlético de Madrid decidiu diante do Uruguai.
No Mundial, o francês jogou todas as partidas, já marcou três gols e foi eleito melhor em campo em duas partidas: diante da Austrália e do Uruguai.
Kylian Mbappé (França)
Aos 19 anos, Kylian Mbappé está vivendo um amadurecimento tão rápido quanto suas arrancadas. O atacante do PSG está tão à vontade neste Mundial que parece não sentir a responsabilidade de vestir a camisa 10 que um dia já foi utilizada por um dos maiores da história francesa: Zinedine Zidane.
A história do jovem no futebol já está gerando comparações com Ronaldo Fenômeno. O técnico da França, Didier Deschamps, até acha Mbappé mais veloz que o brasileiro. Em alguns aspectos, é difícil diferenciar um do outro. O talento, a disparada e o lance genial em alta velocidade.
Assim como Griezmann, neste Mundial o francês jogou todas as partidas, já marcou três gols e foi eleito melhor em campo em duas partidas: diante do Peru e da Argentina.
Eden Hazard (Bélgica)
Aos 27 anos, Eden Hazard é um dos motivos pelo qual se espera tanto da "ótima geração belga". Nesta Copa do Mundo, o meia do Chelsea chama o jogo para si. Faz uma grande campanha, como digno camisa 10 que é. Foi um dos destaques na partida tão emblemática dos Diabos Vermelhos na eliminação da Seleção Brasileira na Rússia.
Nos quatro jogos anteriores, Hazard já vinha atuando bem no Mundial. Contra o Japão, colocou a bola sob o braço e comandou a maior reação da Copa até então — ao arrancar uma virada que parecia impossível, após estar perdendo por 2 a 0.
Mesmo poupado em uma partida, Hazard anotou dois gols na competição e é um dos líderes dos 100% de aproveitamento dos belgas. Foi eleito melhor em campo em duas partidas: diante da Tunísia e do Japão.
Romelu Lukaku (Bélgica)
Romelu Lukaku teve uma arrancada furiosa nesta Copa do Mundo, com quatro gols em apenas dois jogos. Desponta como sério candidato à artilharia ao lado de Harry Kane. Porém, nos últimos jogos, o centroavante de presença vem trocando os gols por atuações táticas decisivas na chegada da Bélgica à semifinal — contra o Japão e o Brasil.
Maior goleador da história da seleção belga, com 40 gols, Lukaku está há dois jogos sem balançar as redes. Isso não acontecia desde o primeiro semestre do ano passado, quando passou em branco contra Rússia, República Tcheca e Estônia.
Mesmo poupado em uma partida, o jogador de 25 anos anotou quatro gols na competição e foi eleito melhor em campo em uma partida: na goleada por 3 a 0 diante do Panamá.
Kevin De Bruyne (Bélgica)
Eleito melhor em campo na partida que decretou a eliminação do Brasil, Kevin De Bruyne está apresentando sua credencial para figurar entre os melhores nesta reta final de Copa do Mundo. Pode-se dizer que o autor do segundo gol da Bélgica contra a Seleção é o talento maior da "geração de ouro" belga.
Habilidoso, forte e veloz, faz a bola correr no chão e erra poucos passes. Mas o meia do Manchester City não se furta sujar o calção e ajudar o time na recomposição defensiva. Nesta fase mata-mata do Mundial, o jogador de 27 anos se mostrou decisivo na virada contra o Japão e na épica vitória diante dos brasileiros.
Sem atuar em um apenas jogo na fase de grupos, anotou apenas um gol na competição até agora.
Luka Modric (Croácia)
Eleito craque da seleção da primeira fase da Copa da editoria de Esportes de GaúchaZH, após grande demonstração na fase de grupos, Luka Modric decaiu no mata-mata ao quase complicar a Croácia diante da Dinamarca, quando perdeu um pênalti na prorrogação.
Porém, o camisa 10, capitão e principal jogador croata é decisivo. Foi dele a assistência para o segundo gol de sua seleção contra a Rússia, pelas quartas de finais. Sendo que ainda na fase de grupos, liderou a Croácia na goleada por 3 a 0 diante da Argentina — jogo estopim para a crise no futebol hermano.
Em todas as partidas da Croácia em solo russo, o meia de 32 anos foi eleito melhor em campo em três jogos: diante da Nigéria, da Argentina e da Rússia.