Subir para a elite do futebol brasileiro traz uma mistura de sentimentos, mesmo que não sejam na mesma dosagem. O primeiro reside na imensa alegria de voltar a figurar entre os 20 principais clubes do país. Atrelado ao retorno está a preocupação de realizar uma reengenharia financeira. Afinal, o orçamento mais do que dobrará. É o caso do Juventude, que bateu o Ceará e está de volta à Série A.
A estimativa de custo para este ano foi de R$ 35 milhões. Para o ano que vem ficará na casa dos R$ 80 milhões, segundo o presidente Fábio Pizzamiglio, em entrevista ao colunista de GZH Leonardo Oliveira. A maior parte do acréscimo será no departamento de futebol.
— A maioria dos custos, com administração, marketing, estádio, se mantém fixos. O investimento maior é na parte do futebol mesmo, você se obriga a aumentar o investimento, para poder ficar mais perto dos grandes clubes — explicou.
Neste ano, a folha salarial do grupo de jogadores foi de pouco mais de R$ 1 milhão. Ela será bastante incrementada.
Em 2022, último ano em que o clube disputou o Brasileirão, o Ju teve três jogos transmitidos em TV aberta, o que rendeu R$ 4,8 milhões. Com a venda de pacotes de pay-per-view, a arrecadação ficou em R$ 366,9 mil. No ano anterior, quando terminou a competição no 16º lugar, o clube recebeu premiação de R$ 11 milhões — os clubes rebaixados não recebem nenhum tipo de prêmio ao término do ano.
Na Série B deste ano, a CBF distribuirá R$ 5 milhões ao todo aos quatro primeiros colocados. O Vitória, campeão por antecipação, ficará com metade do montante. A entidade não divulgou como será a partilha do restante.
Os R$ 80 milhões orçados pelo Juventude para o ano que vem ficam acima da arrecadação do clube em 2021. De acordo com levantamento feito pela Ernst & Young, empresa de consultoria financeira de largo histórico no futebol, naquela temporada o clube de Caxias do Sul arrecadou R$ 65 milhões. No ano seguinte, quando foi rebaixado, o levantamento da empresa não compilou os dados relativos ao Juventude.