Levantamento realizado pelo Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) aponta que pelos menos 10 mil alunos da rede privada foram afetados pela crise climática enfrentada pelo Estado. A pesquisa contou com 184 das 315 escolas filiadas ao Sindicato.
Entre as instituições de ensino que responderam ao questionário, 26 (14,1%) afirmaram que tiveram a escola afetada fisicamente devido às enchentes de maio. Juntas, elas atendem atendem a 10,8 mil estudantes. Porto Alegre teve nove colégios atingidos. Também sofreram avarias quatro em Roca Sales, três em Canoas e duas em Caxias do Sul. Arroio do Meio, Lajeado, Montenegro, Rio Grande, Rolante, Santa Maria, São Leopoldo e Sapucaia do Sul também estão listadas.
Mais da metade dos colégios tiveram água em um nível que superou 1 metro de altura. Além de salas de aula, os estragos atingiram as secretarias e os espaços para educação infantil.
— Há escolas destruídas que estão em um processo de recuperação, que devem começar a ter aula na próxima semana. Outras que fizeram limpeza, alocaram móveis e já vão recomeçar. Outras anda estão com água dentro — descreve Oswaldo Dalpiaz, presidente do Sinepe/RS.
Dalpiaz relata que uma escola em Lajeado contabilizou grande prejuízo. Foram 18 caminhões com entulho de mesas, cadeiras e móveis de sala de aula que não puderam ser reaproveitados.
Ele lembra que agora a situação tem complexidades que não foram enfrentadas nem mesmo durante a pandemia. A questão, desta vez, é que muitas famílias e professores foram afetados e estão sem acesso à internet. Há casos em que o deslocamento até as escolas ficou muito longo. Dalpiaz relata que há um professor que levava 30 minutos para ir de casa até o trabalho. Após a chuva, o trajeto é percorrido em cinco horas.
— Vontade que todos temos é de reconstruir. Vemos a solidariedade, há dificuldades, e são muitas. As reconstruções serão demoradas. Não será em maio ou junho que colocaremos uma escola em dia — explica.
Entre as 184 escolas ouvidas, 104 tiveram de suspender as aulas. São 29 instituições filiadas que servem de abrigo para as vitimas da enchente. Ainda há outras que funcionam como centro de recolhimento de doações e como cozinhas solidárias.
Na rede estadual, chegou a 1.044 o número de escolas afetadas pela enchente, de acordo com balanço da Secretaria da Educação (Seduc) divulgado nesta terça-feira (14). São duas instituições de ensino a mais do que o balanço de segunda-feira (13) e 16 a mais do que o de sábado (11), quando eram 1.028 unidades atingidas. A quantidade equivale a 34% do total de escolas da rede.