A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (7) a Operação Bancarrota para investigar suposto superfaturamento de R$ 130 milhões em contrato fechado com gráficas para impressão das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As fraudes sob suspeita teriam ocorrido entre 2010 e 2019, segundo a investigação.
A estimativa da apuração é de que houve superfaturamento nas contratações e que o valor arrecadado a mais foi repassado para integrantes da organização criminosa composta por empresários, funcionários das empresas e servidores públicos do Instituto Nacional de Estudos Educacionais (Inep) — órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pelo exame.
"Apurou-se o envolvimento de servidores do Inep com diretores da referida empresa, bem como com empresas de consultoria subcontratadas pela multinacional", diz o Inep.
A PF diz ainda que suspeita de um "enriquecimento ilícito" de R$ 5 milhões de servidores do Inep supostamente envolvidos no esquema. A corporação não divulgou o número de servidores que teriam ligação com as supostas fraudes.
Agentes cumpriram 41 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro. Um efetivo de 127 policiais federais e 13 auditores da Controladoria-Geral da União participaram das diligências. De acordo com a PF, a ofensiva investiga supostos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, crimes da lei de licitações e lavagem de dinheiro.
O suposto esquema teria começado no governo Dilma Rousseff e seguido até os primeiros meses do mandato de Jair Bolsonaro.
Contratos de R$ 728 milhões com a R.R Donnelley, assinados entre 2010 e 2018, e outro de R$ 153 milhões firmado com a Valid S.A, firmado entre janeiro e fevereiro de 2019, já no governo de Bolsonaro, estão na mira da PF.