Diretores de escolas da rede pública estadual realizaram nesta sexta-feira (2) um protesto contra a volta às aulas presenciais no Rio Grande do Sul. O encontro reuniu 65 professores no saguão do colégio estadual Júlio de Castilhos, em Porto Alegre. Com cartazes e cantos contrários às atividades presenciais, os educadores alegam que é possível continuar o trabalho remoto através da internet até o final do ano letivo.
— Estamos desde março tendo aulas através do aplicativo Classroom e postando atividades aos alunos. Às quartas-feiras temos um plantão na escola para receber quem não têm acesso à internet. As atividades estão acontecendo. Já estamos em outubro e podemos terminar o ano assim, até porque não existe testagem da comunidade escolar — comentou a diretora do Julinho, Berenice Alves.
Nesta sexta-feira (2), o secretário estadual da Educação, Faisal Karam, descartou a realização de testes em massa para coronavírus na comunidade escolar. A testagem periódica de alunos, funcionários e professores é o principal pedido feito pelo Cpers, sindicato que representa os professores estaduais, para o retorno presencial.
Segurando uma faixa com a frase "escolas unidas pela vida", o grupo alega que o Estado está colocando a sociedade contra os professores e pressionando pelo retorno à sala de aula.
— Quem responde, lá no final, sempre será o diretor. Se uma criança voltar para escola e levar o vírus para casa, quem essa família vai se responsabilizar? É o diretor que abriu as portas aos alunos — opinou a diretora Vanice Loose, da Escola Estadual de Ensino Fundamental Júlio Brunelli, no bairro Rubem Berta.
O retorno das escolas estaduais estava previsto para 13 de outubro, mas o governo decidiu adiar a volta presencial em uma semana, para dar tempo de entregar máscaras, álcool em gel e outros equipamentos de segurança.
Na quinta, a Secretaria da Educação de Porto Alegre afirmou que as escolas poderão retomar atividades presenciais sem aprovação de planos de contingência. Até então, o governo do Estado exigia que todas as instituições escolares tivessem planos de contingência aprovados cinco dias antes da retomada presencial.