O secretário estadual da Educação, Faisal Karam, descartou, nesta sexta-feira (2), a realização de testes em massa para coronavírus na comunidade escolar. A testagem periódica de alunos, funcionários e professores é o principal pedido feito pelo Cpers, sindicato que representa os professores estaduais, para o retorno presencial.
De acordo com o secretário, não há condições financeiras e logísticas para testar centenas de milhares de alunos. Faisal afirma que o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) dá segurança para os envolvidos:
— A gente está sendo muito honesto, hoje não há condições. O governo do Estado está ampliando o número de testes a cada 15 dias. Agora, hoje o Estado não tem condições (de testar todos). A gente pega 735 mil alunos, hoje, na rede estadual. Digamos que voltem 300 mil, 400 mil alunos. Multiplica isso por duas testagens a cada 30 dias. Não tem como fazer isso.
O secretário também afirmou que, quando houver mais de um caso positivo na mesma sala de aula, toda a escola terá suspensão de atividades presenciais.
— A partir do momento em que se identifica um aluno na entrada da escola com a temperatura acima do normal e com sintomas de gripe, esse aluno vai ser testado, se retira ele do meio dos demais colegas, se isola esse aluno, se busca identificar os familiares, seus ciclos de relações. Se tivermos mais de um aluno dentro de uma sala de aula que tenha sintoma semelhante, se isola essa sala e, junto com a Secretaria Municipal de Saúde, se isola a atividade nesta escola, até ter um ciclo novo de não casos — indicou Karam.
O retorno das escolas estaduais estava previsto para 13 de outubro, mas o governo decidiu adiar a volta presencial em uma semana, para dar tempo de entregar máscaras, álcool em gel e outros equipamentos de segurança.
Karam também minimizou o fato de Porto Alegre rejeitar parte dos protocolos estaduais, adotando regramento próprio de volta às aulas.
– O que eu posso colocar é que as argumentações da prefeitura de Porto Alegre tinham bastante consistência. Vai ter (em Porto Alegre) um responsável sanitário, vai ter um responsável técnico, que vai dizer se a escola está ou não está apta a voltar – afirmou.
Nesta quinta-feira (1º), a Secretaria da Educação de Porto Alegre afirmou que as escolas poderão retomar atividades presenciais sem aprovação de planos de contingência. Até então, o governo do Estado exigia que todas as instituições escolares tivessem planos de contingência aprovados cinco dias antes da retomada presencial.