Aos 24 anos, o engenheiro em mecatrônica Klynsmann Bagatini inspira muitos jovens universitários que buscam desenvolver seu lado empreendedor. Ao longo de seis anos, ele liderou uma empresa júnior, criada enquanto estudava na Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos (SP), à qual se dedicou por quase seis anos. Com ajuda da organização Brasil Júnior, que, ao lado de federações estaduais, fornece método e mentoria, ele tornou a sua empresa — a EESC Jr., de engenharia e arquitetura —, uma referência em São Paulo. Além disso, chegou a liderar o movimento nacional da Brasil Júnior no ano passado, auxiliando outros jovens empreendedores.
Klynsmann será um dos palestrantes da 26ª edição do Encontro Nacional de Empresários Juniores (ENEJ), que acontecerá de quarta-feira (4) a sábado (7), em Gramado. Veja as sugestões dele para jovens que sonham em ter o próprio negócio.
Qual o melhor momento da carreira para alguém planejar sua empresa?
O processo de empreender varia muito de história para história. Há empreendedores que começaram com mais de 40 anos, e outros que começaram na adolescência. Não há uma fórmula única. O mais importante é ter uma ideia que você se conecta e que queira investir seu tempo e energia, para se dedicar a ela e criar um negócio novo.
Qual a importância de começar a planejar a empresa ainda durante a graduação?
A importância para o universitário é que passa a experimentar um pouco do gosto dessa versão empreendedora, para saber se serve para ele ou não, se é melhor estar junto de um empreendedor para ajudar ou entrar em uma empresa estabelecida. Ações como a Brasil Júnior também ajudam a desenvolver a capacidade de gestão e administração. E dão ferramentas para analisar o mercado.
Como o jovem pode iniciar ou se aproximar de iniciativas empreendedoras em sua universidade?
Há faculdades com núcleo de empreendedorismo ou núcleo de jovens empresários, além de empresas juniores. É muito importante o jovem se aproximar destes ecossistemas para vivenciar um pouco dessa rotina, criar um protótipo de alguma coisa. Ou seja, antes de mergulhar de cabeça com uma empresa própria, experimentar algumas sensações.
Quais são os desafios mais comuns que surgem para quem empreende pela primeira vez?
Um dos principais impedimentos iniciais é a burocracia. Há uma série de impedimentos para abrir um negócio no Brasil, com burocracia e impostos. Você precisa de apoio de contadores e advogados. Inclusive no Rio Grande do Sul há um desafio bem grande quanto a isso. Há alguns caminhos sugeridos, como o Microempreendedor Individual (MEI), para quem não irá contratar muita gente no começo.
E fora das faculdades, quais iniciativas buscar para se capacitar e empreender?
Há muitos material na internet, muitas dicas, muitos portais. O próprio Sebrae é um baita apoiador do processo. O primeiro passo é buscar apoio de ações e organizações que conheçam o assunto. Acho que é válido fazer algumas análise antes de começar o processo de criação de empresa, analisar o mercado, desenhar o plano de negócio. Isso faz muita diferença para ver se a ideia tem ou não potencial.