SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Na língua oficial de Bali, "jiwa" significa alma. "É um nome fácil e importante", diz a publicitária Caroline Santis, sócia do Jiwa, Body Mind and Soul. O espaço, dedicado a aulas como ioga e pilates, foi idealizado por ela e pelo marido, Pedro Santos, depois de uma crise com a carreira.
Os dois eram gerentes em uma multinacional: ela no marketing, ele nas finanças. Após passar férias na Ásia, há cinco anos, voltaram decididos a empreender. "Pedimos demissão de manhã, para não ter tempo de mudar de ideia", conta Caroline.
A escolha do empreendimento foi definida depois de um ano de planejamento e pesquisa, até o casal encontrar boas oportunidades em uma área que tivesse a cara deles.
Praticantes de ioga, eles sentiram que havia uma lacuna no mercado. "Pensamos em um lugar pequeno, com atendimento personalizado", diz ela. O fato de trabalharem com marketing e finanças ajudou. "Para quem não tem essas formações, recomendamos cursos", diz Caroline.
Os dois ainda embarcaram em um sabático de quatro meses, para alinhar as ideias e buscar referências para o Jiwa. "Bali foi a inspiração. Criamos um lugar que cuida do corpo e da alma, sem a pegada fria de uma academia."
Com o plano de negócios pronto e uma ideia de valor que cabia no bolso, alugaram o imóvel e criaram a identidade de marca. Abriram as portas em 2017, com serviços como agendamento de aulas por aplicativo. Hoje, 250 alunos pagam uma mensalidade 30% mais cara que a de uma academia. Têm cinco funcionários e faturam R$ 850 mil ao ano.
As exigências burocráticas quase desanimaram os sócios no início. "Você precisa ser resiliente. Tem que ter advogado, consultoria regulatória etc.", diz Caroline. Além disso, é preciso se preparar para trabalhar muito. "No mundo corporativo, você trabalha de 8 a 12 horas. O empreendedor trabalha 24 horas, mas a diferença é que faz o que ama."