Faltam menos de 20 dias para o início do ano letivo no Rio Grande do Sul, o que significa que cerca de metade do tempo que as escolas têm para fazerem obras e melhorias – que começa depois do Ano-Novo – já se foi. Nas instituições, o cenário é de corrida contra o tempo para preparar as novidades.
O Colégio Monteiro Lobato, localizado no bairro Boa Vista, em Porto Alegre, está pondo em prática o plano diretor elaborado junto à comunidade escolar. O projeto arquitetônico, que consiste em ações previstas até 2030, está sendo feito aos poucos, durante as férias, para evitar prejuízos às aulas, que recomeçam em 19 de fevereiro. Neste ano, a prioridade é ampliar o tamanho das salas de aula de 40 metros quadrados para 60 metros quadrados, além de instalar equipamentos de mídia, como retroprojetores. Com isso, o número total de salas será reduzido.
— Antes, a gente trabalhava com três turmas por série do Ensino Fundamental 2. Agora, estamos trabalhando com duas, o que faz parte do nosso projeto pedagógico, que é trabalhar com grupos menores, para poder dar um atendimento mais personalizado que, com muita gente, não dá — pontua Adriana Lobato, diretora administrativa da instituição.
As obras permitirão que o Ensino Médio, que funciona em um edifício separado desde a pandemia, volte a frequentar o prédio principal. As salas terão mesas e cadeiras comuns, mas também contarão com um espaço estilo “lounge”, com mesas grandes de reunião, pufes, plantas e prateleiras com livros, o que era uma demanda dos próprios alunos. Neste ano, a edificação onde o Ensino Médio tinha aulas passará a ser um espaço de atividades extraclasse, com laboratórios e salas de inovação, ambientes culturais e esportivos.
No plano diretor da escola, o conceito é criar espaços mais abertos e interativos.
— É uma escola que tu não vê em Porto Alegre, com referências na Europa. Teremos espaços de exposição, espaços de estar, para os alunos ficarem mais confortáveis para poderem produzir. O ambiente escolar precisa estar preparado com essas ferramentas para estimular o aluno — analisa Adriana.
O Monteiro Lobato atende cerca de 850 estudantes, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.
Transtornos da tempestade
Na rede municipal de Porto Alegre, a Educação Infantil volta às aulas no dia 14 de fevereiro, enquanto o Ensino Fundamental inicia no dia 19. As equipes das escolas, atualmente, conciliam o atendimento a pais e alunos, na secretaria, com as demandas de preparação de suas estruturas, que envolve a limpeza mais pesada dos espaços, a organização dos materiais escolares e a conclusão de reformas e melhorias.
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Vereador Antônio Giúdice, localizada no bairro Humaitá, em Porto Alegre, estava a todo vapor na limpeza de suas estruturas, que atendem 1,2 mil alunos do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), quando aconteceu a última tempestade, no dia 16 de janeiro. Segundo Rosane Neumann Kjellin, diretora da instituição, os professores já iam iniciar a parte de organização das salas, quando veio o temporal e molhou tudo:
— Tivemos que refaxinar. Eu vim na quarta-feira (17) e só chorava e tirava fotos para mandar para o dossiê da Smed (Secretaria Municipal de Educação). Árvores caíram, daí a gente fez um mutirão entre os professores e os funcionários e, em um turno, a gente limpou.
Além da limpeza, as quadras esportivas receberam pintura nova. Alguns banheiros foram reformados, com a instalação de divisórias entre os mictórios e a troca de lâmpadas, descargas e portas, por exemplo.
A escola também recebeu materiais escolares individuais – a rede municipal não exige a compra de nada pelas famílias – e todos já estão divididos por turmas, para serem entregues no primeiro dia de aula. Como doação da Câmara de Vereadores, a instituição ganhou cadeiras com braços, que serão colocadas na sala de vídeo. Também foram obtidas cadeiras para as salas de aula, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Para este ano, também ocorrerá a mudança da sirene, que precisa ser modificada, por lei aprovada em dezembro de 2023, para um sistema musical, mais adequado a alunos que enfrentam desafios relacionados à sensibilidade auditiva, como autistas. O prazo para a adaptação é de 180 dias e a Smed confirma que cumprirá a nova legislação, com uma instalação gradual em sua rede.
Na área pedagógica, atividades sobre segurança no trânsito e educação ambiental serão reforçadas, e a instituição será uma das duas da rede que receberão o projeto Valores Olímpicos para a Vida, no qual atletas farão visitas para dar aulas aos pequenos sobre cada esporte olímpico. Os professores farão uma formação sobre essas práticas.
Diferentemente das escolas estaduais, que recebem repasses mensais, as municipais têm verbas trimestrais. Normalmente, as três primeiras são utilizadas na manutenção das atividades escolares. Já a última, de outubro, é aplicada em reformas e melhorias a serem feitas nas férias.
Confira o calendário de volta às aulas nas redes do RS:
- Rede Estadual: 19 de fevereiro
- Rede Municipal Poa: 14 de fevereiro (Educação Infantil) e 19 de fevereiro (Ensino Fundamental)
- Rede Particular: 19 de fevereiro