Muitos jovens deparam com um problema quando estão no Ensino Médio e começam a preparação para os exames de ingresso na universidade: qual profissão seguir? Será que não é muito cedo para escolher? Vale apostar naquilo que gosta ou cursar o que traz mais dinheiro?
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Os questionamentos são muitos e podem transformar este momento decisivo em um tormento. Mas especialistas podem ajudar o aluno a sofrer menos na hora de tomar esta decisão. Há meios que podem tornar esta viagem muito mais tranquila e menos traumatizante.
— Primeiro, é importante ter claro que essa decisão envolve autoconhecimento e ações responsáveis para a tomada de decisão. O estudante deve conhecer suas habilidades, no que ele é bom em executar (atividades) e ainda quais ele gosta ou não de fazer — explica a psicóloga Cristiane Antunes Russo Rangel, especialista em Avaliação Psicológica, Mestre em Reabilitação e Inclusão e professora da UniRitter.
Cristiane diz ser muito importante que os jovens visitem faculdades e conversem com os coordenadores dos cursos. Segundo ela, isso ajudará muito nessa tomada de decisão.
Quando se fala nas diversas opções de cursos (áreas tradicionais ou áreas novas), a psicóloga, orientadora de carreira e professora da Unisinos Luciane Linden diz que o indicado é decidir equilibrando coração e razão, independentemente de ser uma área nova ou tradicional.
— Conhecer mais da opção almejada é fundamental. Identificar campos de atuação. Saber com profundidade sobre a área para a decisão ser mais segura e assertiva. A carreira não é algo linear, é construída ao longo da própria caminhada. Então, não é preciso ainda saber a especialidade que vai seguir — sugere Luciane.
A professora Luciane também aponta que o estudante deve olhar para si e pesquisar muito sobre as opções de interesse alinhadas com o seu perfil. Ela diz que é importante que ele tente se imaginar atuando, se aproxime da área para ter mais convicção da escolha.
Estudo e trabalho: funciona?
Trabalhar ou não durante o período em que se cursa a universidade é outra dúvida comum. Todos os profissionais concluem que esta escolha varia muito da necessidade e disponibilidade do jovem. O que é unânime é a dedicação ao curso.
Para a psicóloga Manoela Ziebell, professora do Programa de Pós-graduação em Psicologia e responsável pelo Grupo de Estudos em Desenvolvimento de Carreira da PUCRS, um mundo em constante transformação dificulta precisar quais profissões terão mais chances de êxito no médio e longo prazos. Apesar disso, ressalta, é possível utilizar ferramentas para facilitar este processo:
— Tenha certeza de que a sua escolha, neste momento, não precisa ser para sempre e que não existe alternativa certa. As pessoas fazem as melhores escolhas que são capazes a cada momento. E como são feitas com base em informações que as pessoas dispõem, é importante buscar tanto subsídio quanto for possível.
O teste vocacional também é uma opção que pode ajudar, sugere Manoela, mas ela salienta também que é preciso estar atento a que tipo de exame o aluno irá se submeter:
– Eles (testes) podem atuar como atalhos no processo de autoconhecimento, mas, para atingirem todo o seu potencial, é importante que sejam aplicados por profissionais capacitados.
Para isso, o estudante deve ficar atento. Muitas universidades disponibilizam grupos e espaços que auxiliam o jovem nesta escolha profissional. Esta pode ser uma alternativa inteligente e que vai facilitar o processo de entrada no Ensino Superior.
Orientação
O que fazer e o que não fazer na hora de escolher a profissão:
Fazer
- Identificar a área de interesse: veja quais disciplinas mais gosta na escola. Este pode ser um bom começo para definir seu futuro
- Informe-se: a internet possibilita que todo mundo tenha acesso a detalhes de todas as profissões. Aproveite
- Autoconhecimento: conheça as suas habilidades e o que gosta de fazer. Isso pode ser um bom balizador desta escolha
- Universidades: visite uma instituição do seu interesse (elas promovem visitações) e conheça um pouco da rotina
- Orientação profissional: diversos profissionais trabalham com este foco e podem ajudar na hora da escolha da carreira. Não fazer
- Definir a profissão: escolher a sua carreira sem conhecer a área é um erro muito comum
- Decidir por imposição da família: muitos estudantes acabam sendo influenciados por pais na hora de escolher o curso. Mas esta deve ser uma decisão individual
- Escolher sem a ajuda de especialistas: escolher a profissão sem conversar com profissionais da área ou com especialistas que trabalham com isso pode ser um erro
- Focar apenas no dinheiro: este é um erro bem comum. Com o tempo, muitos profissionais se arrependem de uma escolha baseada apenas em rendimento
- Não ter um propósito: é fundamental identificar a sua vocação para não se arrepender depois
Fontes: psicóloga Cristiane Antunes Russo Rangel, da UniRitter; psicóloga Luciane Linden, da Unisinos, e Manoela Ziebell, professora do Programa de Pós-graduação em Psicologia da PUCRS