A região metropolitana de Porto Alegre apresentou inflação em patamar abaixo da média do país, que foi de 0,39% em novembro. A Grande Porto Alegre registrou a menor variação no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Brasil, com alta de 0,03%. O dado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na manhã desta terça-feira (10).
Além de anotar o menor índice do mês, a Região Metropolitana também apresentou desaceleração ante outubro (0,16%) dentro do IPCA. Cinco dos nove grupos pesquisados tiveram queda, com destaque para habitação (-2,02%), puxada pelo recuo nos preços da energia elétrica residencial (-7,67%). A queda na conta de luz, também registrada no país, é explicada pela vigência da bandeira tarifária amarela, que tira um pouco da pressão sobre esse custo das famílias.
Mesmo em alta, o grupo de alimentação e bebidas, com peso importante na inflação, apresenta crescimento menos intenso na Grande Porto Alegre, com avanço de 0,71%. No país, o grupo saltou 1,55%.
O economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Oscar Frank, afirma que os movimentos distintos da inflação na Região Metropolitana e no país podem ser explicados em parte pelo impacto menos intenso do clima em alguns ramos da agropecuária do Rio Grande do Sul. Por mais que o Estado tenha sido afetado severamente pela inundação de maio, o evento não teve efeito generalizado sobre o campo. No entanto, outras regiões do país sofreram com a falta de chuva ao longo do ano, segundo Frank:
— Alimentos e bebidas, de uma maneira geral, têm sido pressionados por questões climáticas. Nós temos secas ao longo de 2024, que prejudicaram as safras, e toda aquela questão relativa aos incêndios na Amazônia, no Pantanal, no Cerrado. E isso naturalmente reduziu a pastagem e a produção de insumos usados na criação do gado, como a própria soja.
Dados do IPCA reforçam a avaliação do economista. No país, o grupo de alimentação e bebidas acumula alta de 7,63% em 12 meses. Na Região Metropolitana, concentra avanço de 3,79%.
No ano, o IPCA apresenta alta de 3,05%. Em 12 meses, concentra crescimento de 3,49%.
Brasil
A inflação também desacelerou no país. O IPCA ficou em 0,39% em novembro, após elevação de 0,56% em outubro. O resultado ficou acima da mediana de 0,36%, das estimativas de analistas. As previsões iam de 0,22% a 0,50%.
As carnes estão entre os produtos que mais pressionaram a inflação de novembro no país. Com alta de 8,02% no período, o item teve participação importante dentro da alta observada em alimentação e bebidas. Além da proteína animal, as passagens aéreas também exerceram tensão sobre o índice.