Após fechar a segunda (1º) em R$ 5,65, representando a maior alta em dois anos e meio, o dólar, que teve uma terça-feira (2) instável, atingindo a máxima de R$ 5,70, acabou encerrando em R$ 5,66, em cotação próxima a do dia anterior. A disparada no valor da moeda estrangeira ao longo do dia foi alavancada por críticas do presidente Lula ao Banco Central (BC) e pela ascensão de Donald Trump na eleição dos Estados Unidos, conforme análise da colunista Giane Guerra, de Zero Hora. No entanto, a manifestação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, arrefeceu a alta da divisa norte-americana.
Em menos de 30 dias, a moeda estadunidense já saltou cinco barreiras psicológicas – de R$ 5,30, R$ 5,40, R$ 5,50 e R$ 5,60, o que não é usual. Na segunda-feira, investidores reagiram às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o BC.
Em entrevista a uma rádio da Bahia, o presidente voltou a criticar o presidente do banco, Roberto Campos Neto. Ele repetiu que os juros atuais, de 10,5% ao ano, são altos e disse que escolherá um presidente para a autarquia que “olhe o país do jeito que ele é, não do jeito que o sistema financeiro fala”.
Na manhã desta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou preocupação com o assunto e disse que "há um jogo de interesse especulativo contra o real", e que algo deve ser feito.
— Nós temos que fazer alguma coisa. Eu não posso falar aqui o que é possível fazer, porque, se não, eu estaria alertando os meus adversários — declarou Lula.
Para mitigar os efeitos das palavras ditas por Lula, Haddad negou possibilidade de baixar IOF, imposto sobre câmbio, para conter alta do dólar, além de afirmar que "a melhor coisa a fazer é melhorar a comunicação".