A ceia de Natal vai ficar mais cara em 2023. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o conjunto de itens que compõem a refeição natalina registrou alta 8,9% na comparação com 2022, sendo o Sul a região com a cesta de Natal mais cara do país.
O valor da cesta calculado para a região é de R$ 333,44 - acima da média nacional, orçada em R$ 321,13. Os três Estados do Sul têm a segunda maior variação de preço entre as demais regiões pesquisadas, com alta de 10,7% em relação ao Natal do ano passado.
A menor variação foi registrada no Norte, com alta de 4,6%. Enquanto isso, o Centro-Oeste teve o menor valor médio, de R$ 313,30, e o Sudeste a maior alta anual, de 12,2%.
A cesta natalina calculada pela Abras é composta por 10 itens: aves natalinas, azeite, caixa de bombom, espumante, lombo, panetone, pernil, peru, sidra e tender. Dentre esses itens, o principal consumo deve vir das bebidas e das proteínas.
Entre as bebidas, é esperado aumento de 12,3% no consumo de itens como cervejas, cervejas premium, destilados, espumantes, refrigerantes, sucos, vinhos importados e vinhos nacionais. Já na cesta de proteínas, o crescimento estimado é de 10,1% em produtos como aves de Natal, bacalhau, carnes bovinas, frango, lombo, ovos, peixe, pernil, peru e tender.
Cesta enxuta
Com a alta nas gôndolas, a tendência é de que os consumidores pesquisem por ofertas e migrem para marcas similares para manter a tradição da ceia. Na avaliação da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), há natais para diferentes bolsos e gostos:
— A indústria é muito competente para oferecer opções. No caso das aves, que são um produto que agrega valor à ceia, por exemplo, há opções que vão de R$ 9,99 a R$ 79,99 o quilo — diz o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo.
As festas de fim de ano são, tradicionalmente, o melhor período de vendas para os supermercados. Em 2023, 62% dos lojistas projetam consumo superior ao Natal de 2022. Este ano, no entanto, apesar da expectativa de boas vendas, a data deve ser de cestas mais enxutas.
— É inegável que as pessoas estão com seu poder de compra reduzido e atentas às promoções. Será um Natal de muito compartilhamento entre famílias e amigos — projeta Longo.