Bem antes da preparação da ceia de Natal, ele já estava trabalhando para que um dos principais itens do cardápio pudesse chegar na mesa do consumidor a tempo da celebração. Com aviários no município de Westfália, no Vale do Taquari, Roque Schneider, 73 anos, mantém, de forma ininterrupta, a criação de frango – são em torno de 70 mil animais com a ajuda da família. Mas é mais perto do período de festas que a produção começa a ser direcionada para as aves natalinas vendidas pela Languiru, cooperativa da qual é associado há quatro décadas.
Esforço que se repete no Estado e no país, para que a demanda do período possa ser atendida (veja abaixo). É por meio da história do Roque que a coluna mostra quem são os rostos por trás da produção. Ele divide um pouco da rotina diária e também da celebração da família no Natal – com frango na mesa, claro.
– Sempre reunimos a família, isso é sagrado. Para comemorar, lembrar das coisas boas. E sempre tem ave natalina – frisa.
Na propriedade, a sucessão acontece de forma natural, com um dos genros e os netos tomando a frente do negócio. Roque, no entanto, faz questão de estar próximo. E se diz orgulhoso com a evolução da propriedade, agora dedicada exclusivamente à avicultura.
Hoje, contabiliza dois aviários no sistema dark house (com controle de luz e ventilação, onde abriga a maior parte das aves), um investimento para garantir bem-estar animal e melhores condições para o produtor, já que as operações são automatizadas. Ele mantém ainda um aviário tradicional – os três juntos somam área cinco mil metros quadrados.
– Há 42 anos estou produzindo frango, sempre com mão de obra familiar. Era uma realidade e hoje é bem outra. Criar frango era sofrido, perdia muitos animais para o calo. Há 20 anos, precisava de 60 dias para criar um frango de dois quilos – conta, em relação ao peso da ave natalina.
Com a evolução do manejo, maior conforto, seleção genética e nutrição adequada – e sem uso de qualquer tipo de hormônio – em 44 dias é possível produzir uma ave com três quilos. Com relação à atividade desempenhada e às conquistas da família com ela, orgulho é a palavra que Roque usa para definir o sentimento. E o mesmo que sente quando vê um consumidor levando para casa um frango a marca da cooperativa que integra.
Cultivo do símbolo da comemoração
Para o atacadista e produtor de flores e plantas há 25 anos, Arlindo Möller, de Portão, no Vale do Sinos, o Natal começa a ser “encomendado” na metade do ano. É quando ele precisa estar com os pedidos feitos para a Fazenda Terra Viva, de Holambra (SP), para que cheguem a tempo da data. A propriedade é a maior (e uma das únicas) produtora do pinheiro no país.
As mudas de pinheiro tuia que vêm de lá são vendidas por ele na Centrais de Abastecimentos (Ceasa), em Porto Alegre, e em um centro de distribuição em Portão. Menos tradicionais no Brasil do que em outros países, os pinheiros naturais têm ganhado espaço, principalmente a variedade tuia. As vendas da Fazenda Terra Viva evidenciam isso: cresceram 10% neste ano em relação ao passado.
– Diferentemente dos pinheiros tradicionais, esse não tem espinhos, o que faz com que crianças possam montar a árvore também sem se machucar, e os tamanhos são variados, o que facilita no transporte — explica.
O que faz com que na sua família, seja uma decoração que não pode faltar:
— No cantinho da mesa da ceia ou ocupando um maior espaço na sala de estar, todo mundo tem uma muda em casa nesse período.
*Colaborou Carolina Pastl