Para o diretor da Gruppen, Felipe Jacobs, trabalhar no sítio, em Teutônia, no Vale do Taquari, deixou de ser um sonho distante. Há um ano, a experiência virou rotina, e o antigo escritório ganhará nova finalidade.
Com o laptop a tiracolo, rodeado de verde, o executivo tem contato direto com a equipe, que também atua 100% de forma remota, e não pensa em retomar o modelo tradicional — nem mesmo quando a pandemia estiver superada.
A medida foi anunciada em meados de 2020, com o aval dos 48 colaboradores, e teve um ingrediente extra: para marcar a mudança, Jacobs decidiu transformar a sede da corporação, em Porto Alegre, em espaço de lazer e convivência para o grupo. Remodelado, o local só não foi aberto ainda devido ao agravamento da crise sanitária.
— No começo de março, já sabíamos que a pandemia nos atingiria, então decidimos quebrar paradigmas e elaborar um plano de ação inovador. Desapegamos do aspecto físico. O pessoal comprou a ideia e deu muito certo. A economia que fizemos está sendo revertida em apoio às nossas pessoas. Enviamos cadeiras, pagamos um percentual da internet, implementamos ginástica laboral a distância. Não queremos e não vamos voltar ao passado — diz Jacobs.
Funcionou tão bem que, em 2020, o faturamento da empresa, especializada em tecnologia e segurança da informação, cresceu 70%, batendo a casa dos R$ 60 milhões. Hoje, o regime de trabalho ainda é de oito horas diárias, mas Jacobs planeja reduzir para seis no segundo semestre de 2021 e para quatro horas em 2023.
— Nesse novo modelo, a gestão passa a ser por indicadores. Aprendemos a confiar uns nos outros e a estabelecer relações verdadeiras. Esse foi o grande aprendizado. Não importa onde estamos. Mais importante que estar fisicamente no local, é estar mentalmente comprometido — conclui o executivo.