A Petrobras vai elevar em 3% o preço do diesel em suas refinarias a partir deste sábado (21). É o terceiro aumento em pouco mais de um mês. A empresa informou que não haverá mudanças no preço da gasolina, que foi reajustado pela última vez no fim de novembro.
O reajuste no preço do diesel acompanha a alta das cotações internacionais do petróleo. Em um mês, o barril do Brent, negociado em Londres e referência de preços internacionais, subiu da casa dos US$ 62 (cerca de R$ 254, pela cotação atual) para a casa dos US$ 66 (R$ 270).
Com a alta, o litro do diesel sairá das refinarias da Petrobras, em média, a R$ 2,34. O repasse ao consumidor depende da política comercial das distribuidoras e postos. O valor cobrado pela estatal representa 54% do preço final do produto — o resto são margens de lucro, impostos e biodiesel.
A Petrobras já havia elevado o diesel em 1,2% no fim de novembro e em 2% no início de dezembro. Considerando os três reajustes, a alta acumulada nas refinarias é de 6,3%. Nas bombas, porém, o combustível vem tendo comportamento estável: nas últimas quatro semanas, a alta é de apenas 0,3%.
De acordo com projeção do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o preço do diesel nas refinarias da estatal está R$ 0,06 por litro acima das cotações internacionais. Com o reajuste, a margem da companhia deve aumentar.
A política de preços dos combustíveis da Petrobras prevê o acompanhamento de um conceito chamado paridade de importação, que considera as cotações internacionais, a taxa de câmbio e custos para trazer o produto ao país. A Petrobras alega, porém, que o valor da paridade internacional varia de empresa para empresa, dependendo do acesso aos vendedores e à infraestrutura de transporte do produto.
O reajuste ocorre após uma semana de ameaças de greve de caminhoneiros. Lideranças da categoria chegaram a convocar manifestações para a última segunda (16), mas o movimento não teve grande adesão.
Na quarta (18), em um esforço para acalmar os ânimos, o governo anunciou novas medidas de fiscalização do cumprimento da tabela do frete criada após a greve que paralisou o país por duas semanas em maio de 2018.
Em entrevista na semana passada, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, voltou a defender a liberdade de preços no país.
— Combustíveis têm que ser tratados como qualquer outro produto — afirmou. — Não se justifica nenhum controle sobre o preço — acrescentou.