No primeiro plano estratégico no governo Bolsonaro, a Petrobras reduziu em 10% a previsão de investimentos para os próximos cinco anos e decidiu focar ainda mais os recursos na exploração do pré-sal. A empresa pretende manter o ritmo de venda de ativos.
O Plano Estratégico 2020-2024, anunciado nesta quinta (28), traz projeção de investimentos de US$ 75,7 bilhões (cerca de R$ 322 bilhões, na cotação atual), dos quais 85% serão destinados à exploração e produção de petróleo. O plano anterior falava em US$ 84,1 bilhões (R$ 357 bilhões) para o período entre 2019 e 2023.
A Petrobras não explicou as razões para a queda. Durante o ano, porém, a empresa anunciou que não investirá mais em energias renováveis e que venderá metade de sua capacidade de refino.
"Essa alocação (de recursos) está aderente ao nosso posicionamento estratégico, com foco nos ativos de E&P (exploração e produção), especialmente no pré-sal, nos quais a Petrobras tem vantagem competitiva", disse a empresa, em nota divulgada nesta quarta.
A companhia espera colocar em operação 13 novos sistemas de produção de petróleo — que incluem plataformas e equipamentos submarinos. Em 2024, pretende atingir a produção de 3,5 milhões de barris de óleo equivalente (somado ao gás) por dia, crescimento de 30% com relação à meta de 2019.
O plano prevê a entrada de US$ 20 bilhões a US$ 30 bilhões (R$ 85 bilhões a R$ 127 bilhões) com a venda de ativos. O valor está em linha com o previsto no plano de investimentos anterior, que foi divulgado no fim de 2018, ainda no governo Michel Temer.
A venda de ativos e a maior geração de caixa devem reduzir o endividamento dos atuais US$ 90 bilhões (R$ 382 bilhões) para US$ 60 bilhões (R$ 255 bilhões) em 2021. A meta do plano é chegar a 2024 com o indicador de dívida líquida sobre geração de caixa abaixo de 1,5 vez — era 2,4 vezes no terceiro trimestre.