A Petrobras deu início à venda de participação na Bacia de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Em fato relevante enviado ao mercado nesta segunda-feira (16), comunicou o teaser, como é chamada a etapa de divulgação de oportunidade no processo de desinvestimento.
A estatal venderá a parcela de sua fatia na concessão BM-P-2, localizada no Rio Grande do Sul. Parceira da Petrobras no ativo, a francesa Total também participará do processo. Cada uma tem 50% dos blocos de petróleo a serem explorados.
A área para exploração fica em águas profundas da Bacia de Pelotas. Ela foi adquirida pela Petrobras em rodada de licitação de 2004, sendo que a Total tornou-se parceira com a aquisição de 50% da participação em 2013. A estatal brasileira, no entanto, é a operadora.
"O desinvestimento será realizado em conjunto, com a venda entre 30% a 65% de participação na concessão.", diz trecho do comunicado.
O documento disponibilizado nesta segunda traz as principais informações sobre a venda, assim como critérios de elegibilidade para a seleção de potenciais compradores. As próximas etapas também são divulgadas por meio de comunicados ao mercado.
— Esse é um bloco puramente exploratório, com muito potencial, mas recheado de incertezas. Requer investimento que a Petrobras não está disposta a fazer, tendo em mãos outros ativos melhores — comenta o químico industrial e especialista no setor Marcelo Gauto
O processo de desinvestimento vem sendo adotado nos últimos anos pela Petrobras. Colocando o foco em determinadas atividades, a estatal está vendendo diversos ativos.
"Essa operação está alinhada à otimização do portfólio e a melhor alocação do capital da companhia, visando à maximização de valor para os nossos acionistas.", repete a Petrobras no comunicado desta segunda.
Bacia de Pelotas
A concessão BM-P-2 está localizada em águas profundas da Bacia de Pelotas em lâmina d’água entre 1 mil e 2 mil metros. Atualmente, contempla os blocos exploratórios P-M-1269, P-M-1271, P-M-1351 e P-M-1353 e está estrategicamente posicionada em relação à 18ª Rodada de licitações da ANP, prevista para 2021, em que deverão ser selecionados blocos da Bacia de Pelotas.
"Essa concessão apresenta um reduzido compromisso exploratório com o potencial de comprovar significativos volumes e firmar posição em uma nova fronteira exploratória.", finaliza o comunicado da Petrobras.
Relembre
Em leilão realizado em 2017, nenhum investidor apresentou oferta para exploração de petróleo em seis blocos marítimos da Bacia de Pelotas. Foi quando ocorreu a 14ª Rodada de Licitações de Petróleo e Gás. Na ocasião, especialistas disseram que é alto o risco de exploração de petróleo no local.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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