O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, assumiu a presidência do Mercosul nesta quarta-feira (17) dizendo querer um bloco mais ativo.
— Um Mercosul enxuto e dinâmico, com menos discurso e mais ação, e que vá além da integração comercial. Não queremos uma América do Sul como Pátria Grande, e que cada país seja grande, como diz o presidente Trump sobre os EUA — afirmou, indicando que a prioridade neste próximo período será avançar na união aduaneira e modernizar os regulamentos. — Trabalharemos para incluir o açúcar e os automóveis.
O cargo, que é rotativo, era ocupado antes pelo presidente da Argentina, Maurício Macri.
Participando pela primeira vez de uma cúpula de chefes de Estado do Mercosul, o presidente aproveitou para mencionar a reforma da Previdência — ainda em tramitação no Congresso brasileiro. O chefe do Executivo voltou a classificar o projeto "como uma quimioterapia, mas necessária para que o corpo possa sobreviver".
O presidente brasileiro cumprimentou de modo efusivo os pares. Ao boliviano Evo Morales, disse que "estava com saudades, não nos vemos desde a minha posse". Ao argentino Macri, agradeceu pela parceria na conclusão do acordo com a União Europeia. E disse aos presidentes de Paraguai e Uruguai que, no Japão, ambos receberam a notícia juntos:
— Posso dizer a vocês, Paraguai, Uruguai, vocês não estavam lá, mas o Macri foi 10 por todos nós lá — disse.
Fez, ainda, uma brincadeira com o presidente do Chile, Sebastian Piñera, que, como não é membro pleno do grupo, estava sentado em um local mais distante. Piñera se levantou para abraçá-lo, e Bolsonaro disse:
— Seu problema é com o Peru, não com o Brasil.
Alguns segundos depois, complementou:
— Estou falando sobre a Copa América, ok?
Bolsonaro também condenou a situação política na Venezuelana.
— A situação na Venezuela é resultado do populismo e da irresponsabilidade. A gente pede a Deus e às pessoas de bem que tenham responsabilidade na hora de votar, e que essa hora de votar chegue logo na querida Venezuela — disse.