No início da 54ª Cúpula do Mercosul, na cidade de Santa Fé, na Argentina, o secretário de relações econômicas da chancelaria local, Horacio Reyser, um dos negociadores junto à União Europeia, disse que a expectativa é que em dois anos o acordo entre os dois blocos entre em vigor.
Reyser disse que, entre as principais dificuldades para fechá-lo, nos últimos meses, esteve o fato de que os países do Mercosul serem "muito parecidos em alguns setores, como o agroindustrial, exportamos mais ou menos os mesmos produtos".
Reyser explicou que, para uma das indústrias em que mais há intercâmbio com o Brasil, que é a automobilística, o acordo estabelece uma carência de sete anos, e que sua implementação total deve levar ainda 15 anos.
— Neste ponto específico, chegamos a um acordo com relação a regras muito estritas de origem, para evitar a triangulação com automóveis asiáticos. Por exemplo, um automóvel europeu, para vir ao Mercosul, terá de ter um componente mínimo europeu, e também ao contrário, para evitar a entrada de um terceiro competidor — explicou Reyser.
Um dos anúncios prometidos para esta reunião é, ainda, o do fim do "roaming" internacional para quem viaja entre os quatro países membros, algo que a Argentina já faz com o vizinho Chile. Esta medida, segundo o governo argentino, facilitará os negócios e o turismo.
O encontro do Mercosul ocorre no Centro de Convenções da Estação Belgrano, em Santa Fé. Nesta terça (16), ocorre o encontro entre chanceleres e ministros da Economia, e na quarta (17), o dos presidentes, com a presença do anfitrião, Mauricio Macri (Argentina), Tabaré Vázquez (Uruguai), Jair Bolsonaro (Brasil) e Mario Abdo Benítez (Paraguai).
Na reunião, a presidência pro-tempore do bloco será entregue pela Argentina ao Brasil.