Embora até 2015 exista espaço para um pequeno recuo nos preços dos alimentos no mundo, no longo prazo a tendência ainda é que as cotações permaneçam altas, prevê o Banco Mundial. Para o economista Jose Cuesta, um dos responsáveis pelos relatórios da instituição sobre o tema em Washington, o cenário dependerá da evolução de uma série de fatores, já que o consumo chinês, que têm inflacionado as commodities agrícolas nos últimos anos, tende a continuar crescendo na próxima década.
- Há uma série de fatores estruturais que continuarão a fazer os preços dos alimentos de altos e firmes. Como o mundo vai reagir em termos de tecnologia de produção, decisões políticas e como as mudanças climáticas vão evoluir nas próximas décadas é que vão determinar, a médio e longo prazo, o quanto daquelas pressões de alta dos preços dos alimentos serão neutralizados - respondeu Cuesta por e-mail a Zero Hora.
O acompanhamento do Banco Mundial sobre o mercado mundial de alimentos mostra, por exemplo, que foi de 73,4% o aumento real dos preços dos grãos nos últimos 10 anos. Apesar de a instituição esperar uma leve queda até o próximo ano, estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgado ano passado prevê a manutenção dos preços acima da média histórica até 2022.
Reportagem publicada nesta segunda-feira em ZH mostra que, a partir de 2007, os alimentos começaram a puxar a inflação no Brasil. Nos últimos sete anos, subiram 72,3% acima da média do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).