As contas do governo central apresentaram no mês de setembro um déficit de R$ 10,47 bilhões, o pior resultado desde dezembro de 2008, quando foi de R$ 19,99 bilhões. Também foi o pior setembro em 17 anos. É o segundo mês consecutivo com o pior resultado para o mês da série histórica.
Até setembro, o governo central - que reúne as contas do Tesouro Nacional, Banco Central e a Previdência Social - acumula um superávit primário de R$ 27,943 bilhões, apresentando uma queda de 49% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado é menor do que a meta prevista para o governo central na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) até o segundo quadrimestre (agosto), de R$ 35 bilhões.
Os dados mostram que o Tesouro, em setembro, apresentou superávit de apenas R$ 1,321 bilhão, acumulando saldo positivo de R$ 76,113 bilhões no ano. Por outro lado, a Previdência apresentou déficit primário de R$ 11,763 bilhões no mês passado e no ano até agosto teve resultado negativo de R$ 47,613 bilhões. As contas do Banco Central tiveram déficit primário de R$ 31 milhões. No acumulado do ano, o resultado é déficit de R$ 556,8 milhões.
De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, 31, pelo Tesouro, o esforço fiscal do governo central caiu de 1,69% do Produto Interno Bruto (PIB) de janeiro a setembro de 2012 para 0,80% do PIB no mesmo período deste ano.
Pesou nas contas de setembro uma redução das receitas, de R$ 2,4 bilhões em relação a agosto, e um aumento das despesas, de R$ 10,2 bilhões no mesmo período. A meta até o final do ano do governo central é de R$ 73 bilhões.
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que o governo continua perseguindo a meta de superávit primário de R$ 73 bilhões para 2013:
- Tivemos várias especificidades em setembro e teremos receitas muito fortes nos próximos meses.
Augustin lembrou que o governo espera receber R$ 15 bilhões pelo leilão da área de Libra.
Augustin explicou que, em setembro, também não houve um valor elevado de dividendos, o que pode ocorrer nos próximos meses.
- Em setembro não trouxemos muito dividendos. Então, há uma série de razões para mantermos a meta no ano - afirmou.
O governo também espera reforçar o caixa com o pagamento dos parcelamentos especiais (Refis) que foram abertos este mês.