Em recuperação após os efeitos da pandemia de covid-19, a movimentação volta ao setor do turismo, e o turismo rural é uma esfera ainda a ser explorada no Rio Grande do Sul. O tema foi debatido no 15° Fórum Florestal, na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque.
Antes da crise sanitária, Leandro Lacourt, proprietário de uma fazenda no interior de Passo Fundo, recebia em torno de 11 mil turistas por ano. Mas em 2020, esse número caiu 63%, e agora, a retomada já é perceptível, com sete mil pessoas recebidas no ano passado.
— O turismo rural é uma atividade que é preciso ter um foco de qual público você vai atender, se é com ou sem alimentação, com ou sem passeio, tem muita coisa que a gente tem que trabalhar. Nosso foco são famílias, empresas e escolas — explica Lacourt.
A fazenda aposta na história local, na gastronomia e na natureza, já que o estilo de vida rural é um dos principais focos do turista que procura o interior gaúcho, conforme pontua o superintendente técnico da Emater/RS, Claudinei Moisés Baldissera, que esteve presente no 15° Fórum Florestal da Expodireto Cotrijal:
— A atividade cresce cada vez mais, junto da agricultura familiar. Ela traz renda para o agricultor e para as famílias, além da oportunidade de vender hospedagem, alimentação e a integração com a natureza, a preservação do meio ambiente.
Para Lacourt, no entanto, a prosperidade do setor depende também do incentivo do Estado e município, o que, de acordo com ele, não acontece:
— Nós temos dificuldades porque o nosso acesso é ruim, a estrada é ruim, já reivindicamos, mas não foi atendido. E em Passo Fundo, o poder público fica muito voltado para a cidade, sem tanta atenção no interior.
Potencialidades das regiões
Com um sistema heterogêneo de produção tanto no cultivo agrícola, quanto na criação de animais, cada região gaúcha carrega a sua identidade, e com ela, o potencial de atrair turistas com diferentes atrativos.
— A Serra tem os vinhos e a cultura italiana, na região dos Vales a cultura germânica é muito presente, no Sul temos a campanha, os pampas, então é uma diversidade ainda a ser explorada — pontua Claudinei.
Na região Norte, as agroindústrias e a produção de cereais e grãos ainda são um campo a ser aproveitado, com sistemas de produção que demonstram a vivência local e com potencial de turismo aos proprietários e lazer à população.