Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta quarta-feira (8), o superintendente do Ministério da Agricultura e Pecuária no Rio Grande do Sul, José Cleber Dias de Souza, comentou sobre o estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional em virtude do vírus da influenza aviária H5N1 de alta patogenicidade (IAAP), a gripe aviária.
— Existe um risco em potencial. A gripe aviária tem sido objeto de atenção do Ministério da Agricultura há alguns anos, e a situação atual gera preocupação — afirmou Souza.
Em levantamento realizado no último dia 23 pelo Museu Oceanográfico de Rio Grande, o número de animais mortos com gripe aviária confirmada subiu para 548, apontou o governo do Rio Grande do Sul. A maioria das mortes ocorreu entre mamíferos, como lobos e leões-marinhos, mas também envolveu aves silvestres. Até o momento, não há contágio entre humanos ou animais de estimação.
— A recomendação é que, ao constatar qualquer sinal de comportamento anormal nos animais, não se aproximem e façam a notificação para as instituições competentes — alertou o superintendente.
Todos os animais mortos pela gripe aviária precisam ser enterrados para evitar que o vírus se espalhe. Também é recomendado evitar levar animais domésticos para a beira da praia.
O período até maio, que é o novo prazo de vigência do estado de emergência, é considerado crítico para avanço da doença no país porque ocorre o fluxo migratório de aves do Hemisfério Norte para retorno ao Hemisfério Sul, o que aumenta o potencial de contaminação do plantel comercial, já que o país tem aves litorâneas infectadas e concentra quatro rotas migratórias.
— Atuamos de forma integrada com as áreas de saúde e meio ambiente para prevenir a propagação da doença — completou Souza.
O Brasil é o maior exportador e segundo maior produtor de carne de frango do mundo, com 14,5 milhões de toneladas processadas em 2022. Até o momento, o Brasil é o único país exportador que não registrou a doença na produção comercial.