A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O aparecimento de leões ou lobos marinhos à beira-mar não é uma novidade em praias do Rio Grande do Sul e, invariavelmente, chama a atenção de veranistas. O momento atual, no entanto, pede que se evite qualquer interação com esses animais, em razão dos três focos confirmados no litoral gaúcho de influenza aviária de alta patogenicidade. A primeira e mais importante ação ao se deparar com essas espécies é acionar autoridades locais ou órgãos do Estado. Foi o que fez a veranista Ana Paula de Azeredo, que registrou em vídeo a presença de um leão-marinho na praia Guarani, em Capão da Canoa. Ela acionou a Brigada Ambiental.
Diretor-adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Francisco Lopes explica que o procedimento das autoridades é identificar se há ou não a presença de sintomas neurológicos.
— Caso tenha (sintomas), o animal é eutanasiado ou a área é isolada, dependendo da avaliação. De todo modo, a doença leva o animal a óbito muito rapidamente. Aí, é feito o recolhimento no local. Caso não tenha (sintomas), não é feito nada. O animal pode estar apenas cansado, se recuperando na beira da praia — esclarece Lopes.
Atenta à ocorrência da influenza aviária em território estadual, a Secretaria da Agricultura tem reforçado os protocolos de prevenção junto a municípios do litoral. Entre as recomendações da pasta está a de não se aproximar dos animais encontrados. Outra orientação é evitar circular com cães, gatos ou outros animais domésticos na beira da praia. E, caso sejam encontrados animais mortos ou doentes, o pedido é que as autoridades locais ou os órgãos do Estado sejam notificados, pelo WhatsApp (51) 98445-2033 ou (51) 98593-1288.
Todas essas medidas foram criadas porque, neste momento, a doença circula no Estado em animais silvestres como leões e lobos-marinhos, que podem aparecer doentes ou mortos na beira das praias. E, ainda que o contágio de influenza aviária em cães, gatos e seres humanos seja ocasional, pode ocorrer a partir do contato direto com aves ou mamíferos aquáticos contaminados.
Atualmente, os três focos da doença em aberto estão localizados nos municípios de Rio Grande, Santa Vitória do Palmar e Torres. A Secretaria da Agricultura já contabiliza 670 mamíferos aquáticos mortos no Rio Grande do Sul pela doença.
Cuidados também em fundos de quintal
Nesta semana, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) lançou uma nova etapa da sua campanha de prevenção à influenza aviária. Agora, além da produção comercial, a ideia é abranger também as não comerciais, chamadas de subsistência ou “fundo de quintal”, e o público em geral. Para isso, serão produzidos novos materiais para distribuição por Whatsapp e outras redes sociais, incluindo vídeos, cards e arquivos para impressão.
— O trabalho de preservação da biosseguridade na avicultura nacional segue intensificado. Por outro lado, todos devem se manter em total atenção, considerando o período de migração das aves para o Hemisfério Sul — justificou a iniciativa o presidente da ABPA, Ricardo Santin.