A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O primeiro foco de influenza aviária em um mamífero aquático no Brasil foi confirmado nesta quarta-feira (4), no Rio Grande do Sul. A doença foi detectada em leões-marinhos-do-sul na praia do Cassino, em Rio Grande, no litoral gaúcho. O novo registro ocorre quatro meses depois do primeiro — e até agora único — foco de influenza aviária em aves silvestres no Estado, na Estação Ecológica do Taim — que já foi, inclusive, encerrado pelo Ministério da Agricultura após amostras negativas.
Até agora foram recolhidos 10 animais — oito leões-marinhos e dois lobos-marinhos. A suspeita é de que a contaminação tenha ocorrido pelo consumo de aves infectadas. Mas, conforme a Secretaria da Agricultura do Estado, não se descarta a possibilidade da transmissão estar ocorrendo entre animais.
À coluna, a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria, Rosane Collares, explicou que, na prática, a nova detecção não altera em nada as atividades do setor aviário gaúcho. O país também segue com o status livre da doença, já que nenhuma produção comercial foi afetada até o momento.
No entanto, o alerta, que já existia em todo o Estado, passa agora a ser reforçado, diz Rosane:
— (A doença) já atingiu outras espécies. É um ponto de atenção bem importante. Por isso, inclusive, a Secretaria da Saúde está atuando em conjunto com a Secretaria e o Ministério da Agricultura.
O Ministério da Agricultura e as secretarias da Agricultura e da Saúde do Estado intensificam a partir de hoje o trabalho de monitoramento na região. Também estão contando com o apoio das prefeituras municipais para que animais não fiquem expostos nas praias. Ainda que infecções humanas com o vírus sejam raras, a orientação é de que a população evite se aproximar do local onde os focos foram registrados e que não toque em animais doentes ou mortos.
Casos de influenza aviária em mamíferos também já foram reportados nessa mesma espécie no Peru, Chile, Argentina e Uruguai.
No radar
Na terça-feira, o Senado aprovou a medida provisória que libera R$ 200 milhões para o Ministério da Agricultura aplicar em ações de combate à influenza aviária. O texto segue agora para sanção presidencial.