Não é a primeira vez que a medida é adotada pelos japoneses, ainda assim, a suspensão das importações de carne de frango produzida no Mato Grosso do Sul é incômoda. O embargo temporário veio em razão de um novo caso no Estado do Centro-Oeste de influenza aviária detectado em animal doméstico, na quinta-feira passada (14). O registro não trouxe alteração no status sanitário junto à Organização Mundial de Saúde Animal, que mantém a condição brasileira de livre da doença, justamente porque as granjas comerciais seguem protegidas do vírus.
Ação semelhante havia sido adotada pelo Japão quando houve uma ocorrência, também em ave doméstica, no Espírito Santo e em Santa Catarina. Em nota, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou nesta quarta-feira (20), que apoiará o Ministério da Agricultura nas tratativas para o restabelecimento das exportações de carne de frango provenientes do MS. No documento, a entidade cita que o volume embarcado mensalmente pelo Estado é de cerca de 2,5 mil toneladas, representando uma fatia de 0,7% das exportações totais do Brasil.
Como as indústrias localizadas no MS têm plantas em outros Estados, a expectativa "é de que haja uma reorganização do fluxo da exportação para que os impactos gerados pela decisão japonesa sejam minimizados", acrescenta a ABPA. No documento, reforça ainda "que, apesar do entendimento das autoridades japonesas sobre a questão, as recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal - que têm sido seguidas por todos demais países - indicam suspensão de embarques apenas em ocorrências em produção comercial, o que não nunca ocorreu no Brasil". Razão pela qual o status do país se mantêm como livre da doença.
Em julho, durante missão brasileira ao país oriental, os japoneses haviam dado sinalização positiva para o pedido brasileiro de regionalização das suspensões, para que a medida passe a ser feita apenas no âmbito municipal, limitando a restrição ao local em que o caso foi registrada. Mas isso ainda está sob avaliação das autoridades do Japão.