Na primeira parada da missão por países da Ásia, empresários brasileiros tiveram uma provinha do que busca o consumidor sul-coreano quando o assunto é proteína animal. A agenda desta segunda-feira (24) incluiu uma visita a um mercado de carnes de Seul, como registrou o diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luís Rua. Era parte de uma programação que contou também com palestras na embaixada do Brasil. Na esfera ministerial, o titular da Agricultura, Carlos Fávaro, teve encontros com representantes das pasta da Agricultura, Alimentos e Assuntos Rurais e da Segurança dos Alimentos e Medicamentos da Coreia do Sul.
— O sul-coreano está muito preocupado com qualidade, sanidade e especificação dos produtos. O que se vê nos pontos de venda são itens padronizados. E o Brasil tem condições de atender — descreve Rua, sobre a carne suína.
Em relação à visita até agora, o ministro Fávaro escreveu no Instagram: "Além da pauta positiva e do estreitamento de laços com esse importante país asiático, tratamos das oportunidades de investimentos no Brasil de forma sustentável em áreas degradadas de pastagens para a transformação em áreas agricultáveis".
À coluna, o presidente da ABPA, Ricardo Santin, também avaliou de forma positiva a viagem até agora:
— O dia foi muito positivo, no sentido de a gente conversar com os ministérios que cuidam da análise dos processos do Brasil.
A busca por uma abertura maior para essa proteína é um dos itens na agenda governamental e na empresarial. Hoje, apenas 2% da carne suína importada pelos sul-coreanos é brasileira. Percentual diretamente relacionado à exigência do país asiático pelo status de livre de aftosa sem vacinação, requisito que era atendido apenas por Santa Catarina. O reconhecimento da Coreia do Sul da condição agora alcançada também por Acre, Paraná e Santa Catarina é um dos pontos a serem abordados na visita.
— Esse reconhecimento possibilitaria plantas desses três Estados acessarem o mercado — completa o diretor de mercados da ABPA.
Com relação à carne de frango, a batalha brasileira é para que a Coreia do Sul adote a regionalização, em casos de eventuais focos de influenza aviária de alta patogenicidade em granjas comerciais. As opções seriam a restrição de compras feita com base em um raio de distância (de 10 quilômetros, como preconiza a Organização Mundial de Saúde Animal) ou por município (evitando o embargo de um Estado inteiro ou do país). Cerca de 80% das importações de aves sul-coreanos são de itens do Brasil.
Nesta terça-feira (25), o ministro da Agricultura do Brasil se encontra com os representantes do Export-Import Bank of Korea e participa de um seminário empresarial.
Depois, a parada será em Tóquio, no Japão, onde também deve ser debatido o protocolo sanitário da gripe aviária. Mesmo com a manutenção do status de livre da doença em aves comerciais perante a Organização Mundial de Saúde Animal, o governo japonês suspendeu temporariamente as importações de frango do Espírito Santo e Santa Catarina, que tiveram registros em aves doméstica.