O desembarque no Estado de uma missão da República Dominicana, no próximo mês, é mais um capítulo na busca por novos mercados, a partir da certificação obtida de zona livre de aftosa sem vacinação.
O reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) completa neste sábado (27) dois anos. Nesse período, em meio aos obstáculos trazidos pela pandemia, o Rio Grande do Sul teve avanços. É o caso da validação do status pelo Chile, com o recente anúncio do sistema de pré-listing. Na prática, uma relação de indústrias a ser indicada pelo Ministério da Agricultura para realizar embarques sem a necessidade da vinda de uma nova missão para a habilitação.
A partir de agora, a efetivação dos embarques depende só de etapas processuais. E os chilenos deverão se consolidar como a primeira conquista gaúcha em razão da retirada da vacinação.
O mercado mais cobiçado pelas empresas gaúchas, em razão de volume adquirido e da receita gerada, segue sendo a China. O país asiático já é cliente da proteína animal brasileira, mas com o status de livre da aftosa sem vacinação deve abrir um pouco mais a sua porta, para carne suína com osso e miúdos. E que pode render um acréscimo anual de receita entre US$ 100 milhões e US$ 120 milhões, estima a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
— Esse é o mercado mais cobiçado — confirma Santin, presidente da entidade.
A expectativa é de que os chineses anunciassem o reconhecimento do status, primeiro passo para a ampliação dos negócios, em meio à missão ministerial e empresarial para a China. Presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado (Sips), José Roberto Goulart reforça a sinalização de que o reconhecimento avançará.
— Ficou escrito no protocolo da visita que as partes se comprometeram a acelerar o andamento do processo — conta Goulart, que integrou a missão.
Outro país que veio avaliar o sistema sanitário do Estado foi o México. Dois anos depois do certificado concedido, Goulart avalia que a decisão de retirada da vacina foi acertada:
— O RS está pronto para aproveitar as oportunidades.
Diretora do Departamento de Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Rosane Collares reforça que a sustentação da manutenção do status, a cada ano, “é muito gratificante”.