A missão do Chile que desembarca neste domingo (4) no Rio Grande do Sul pode trazer ao Estado a primeira conquista do status de livre de aftosa sem vacinação. Dois auditores vêm para avaliar os procedimentos que foram realizados na zona certificada em 2021 pela Organização Mundial de Saúde Animal, que inclui o território gaúcho (e o Paraná, destino prévio dos chilenos). É parte de um processo que não se encerra na visita, mas reforça a expectativa de ampliação das exportações ao país sul-americano.
Os locais a serem avaliados não serão divulgados antecipadamente, mas o roteiro inclui a Fronteira Oeste. Os auditores ficam até quinta-feira (8) no Estado. Rosane Collares, chefe do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria Estadual da Agricultura, pontua que os movimentos recentes de países refletem o status alcançado pelo RS, ao deixar de vacinar o rebanho bovino. Outras duas missões, uma dos Estados Unidos e outra da Inglaterra, passaram pelo RS, e Japão e Coréia fizeram solicitações que estão sendo respondidas pelos órgãos oficiais.
— Parecia muito distante quando falávamos que ia acontecer, mas realmente vai, se não agora, mais à frente. Os países estão nos procurando, nos buscando, há interesse na nossa carne — avalia Rosane.
No caso do Chile, uma porta que pode se abrir é a de embarques de carne suína com osso — até então não permitida em razão da vacina, apesar da aplicação em bovinos. Com igual distinção, a China era tida como a principal aposta de primeira conquista após o novo status. Mas a negociação de abertura tem de ser feita país a país, e os chilenos passam a ter a ficha preferencial. A possibilidade de ampliar o cardápio de vendas da proteína, mesmo em destinos já abertos é considerada importante por poder resultar em uma melhor remuneração.