Com o reconhecimento internacional de zona livre de aftosa sem vacinação obtido há mais de um ano, o Rio Grande do Sul está mais perto de concretizar a primeira conquista do novo status. Conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Chile está no bloco dos países com as tratativas mais adiantadas, devendo enviar uma missão técnica até o final do ano. É que apesar do certificado ser emitido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), cada nação precisa referendar a decisão e tem a prerrogativa de decidir pela abertura ou não.
— O Chile fez movimentos. Devemos ter logo em breve, neste trimestre, uma missão com foco em aves, para o RS, reconhecido como zona livre da doença de New Castle. Já tem roteiro definido. E há a perspectiva de missão para Paraná e RS, no caso da aftosa (ambos foram reconhecidos em maio de 2021 como livres da doença sem vacinação). A expectativa é de que venha até o final do ano — explica Luís Rua, diretor de mercado da ABPA.
Hoje, somente o Estado de Santa Catarina realiza embarques de carne suína para os chilenos, justamente pela condição de livre de aftosa sem vacinação. Mesmo assim, foi o terceiro principal destino do produto brasileiro em 2021, com 61,1 mil toneladas — 5,45% do total.
Os prazos podem variar, mas depois da vinda de uma missão, conforme Rua, estima-se entre um mês e meio a dois meses para as plantas estarem habilitadas.
— Talvez tenhamos algum negócio ainda neste ano — reforça o diretor de mercado.
Além de Chile, Coreia do Sul e Japão já solicitaram informações extras para avançar nas tratativas. Um segundo bloco a receber atenção da indústria é composto por Filipinas, Estados Unidos e Canadá (que acaba de abrir para SC). Por fim, e de forma paralela, tem a China, que já compra do RS, mas que poderia ampliar o portfólio para carne com osso e miúdos.
Presidente da ABPA, Ricardo Santin explica que a pandemia dificultou esse processo país a país que se dá após a obtenção da certificação internacional:
— Alguns questionamentos estão dependo da resposta do Brasil, que precisa ser mais agressivo. Esse é um dos temas que vamos pontuar em relação à competitividade brasileira.