A declaração do Estado de emergência zoossanitária, pelo Rio Grande do Sul, confirmou na sexta-feira (28) a sinalização de que a medida seria adotada. Pelo documento, publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado, o recurso tem validade de 180 dias, podendo ser prorrogado. Ao avaliar a decisão, o secretário da Agricultura, Giovani Feltes, reforçou que o objetivo é facilitar o acesso a recursos para o combate à doença. É o caso dos R$ 200 milhões disponibilizados pelo governo federal.
— Nos convencemos de que era necessário fazê-la depois de nos assegurarmos que não causaria nenhum problema e que o dever de casa vinha sendo feito — completou Feltes.
O próprio Ministério da Agricultura havia orientado os Estados a adotarem a emergência zoossanitária.
O RS se soma às outras unidades da federação que optaram pelo decreto estadual e se alinha aos Estados do Sul. Santa Catarina foi o primeiro dos três a declarar, até em razão do foco em ave doméstica (também verificado no Espírito Santo). Paraná depois. Importante lembrar que tanto no território paranaense quanto no gaúcho os casos foram só em aves silvestres.
A declaração reforça a emergência zoossanitária nacional, adotada em 22 de maio. A maior preocupação brasileira é seguir mantendo o problema longe dos aviários comerciais, dada a relevância econômica e social da atividade. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e segue com o status de livre da doença de acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Justamente por isso, missão do governo que está no Oriente buscava reverter a suspensão das importações de Santa Catarina pelo Japão. E foi bem-sucedido na busca.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que integra a comitiva, informou que a restrição será regionalizada: aplicada apenas nos municípios onde houver detecção de focos.
— É uma medida de preparação, que ajuda o Estado a ficar mais proativo em relação às medidas de proteção e de contenção — avaliou José Eduardo dos Santo, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
A secretaria e as entidades do setor reforçam que o consumo de carne de frango e de ovos não traz risco à população.
— Os gaúchos e gaúchas podem manter a tranquilidade. O Estado segue firme na vigilância e está agora, com esse decreto, ainda mais preparado para agir na prevenção contra a gripe aviária — enfatizou o médico veterinário e governador em exercício Gabriel Souza.