Principal motor de vendas da Expointer, o setor de máquinas agrícolas e implementos já celebra os resultados preliminares da feira. A poucos dias do encerramento e ainda com oportunidades de negócios a serem concretizados, o movimento até aqui já é suficiente para os estandes falarem em metas alcançadas.
A expectativa inicial, no lançamento da Expointer, era de mais de R$ 4 bilhões em negócios. Cifra que, se depender da procura dos produtores, deve ser alcançada, estima Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no RS.
— O sindicato visita as empresas todo fim de tarde e todo mundo tem vendido mais do que estava na sua previsão. Acredito que vamos chegar nos R$ 4 bilhões em vendas. O tempo tem ajudado, as pessoas estão vindo e a tecnologia embarcada é o que traz a venda — diz Bier.
Depois da Expodireto, onde o foco essencial são as tecnologias de maquinário, a Expointer é outro importante palco para lançamentos e demonstração de novidades. No estante da Stara, por exemplo, além dos modelos já conhecidos da marca, são exibidas novas opções preparadas especialmente para o momento da Expointer. Na avaliação dos representantes da fabricante de Não-Me-Toque, a feira está atendendo às expectativas com negócios sendo concretizados.
— Acreditamos que a meta será atingida pelo cenário até então. Apesar da estiagem, o produtor vem apostando no trigo e a retomada vem se confirmando — diz Marcio Covari, gerente de vendas da Stara, sem revelar em números as projeções da fabricante.
Entre as novidades, a marca está lançando uma semeadora de cereais de inverno, a Guapita, específica para o trigo. A máquina vem equipada com um smartphone, de onde o produtor consegue acionar todos os movimentos necessários com conexão por bluetooth. A funcionalidade resolve um dos principais gargalos no campo, que é a falta de internet em alguns pontos das lavouras.
O lançamento pega carona no contexto atual de maior procura dos produtores pela cultura, principalmente em função da valorização do cereal. A safra deste ano, que logo se encaminha para a colheita, tende a bater novo recorde, por exemplo.
Está sendo muito importante a retomada porque ficamos dois anos sem ter o contato direto com os produtores. Como o Plano Safra saiu antes da Expointer, o produtor antecipou compras, mas tem aquele que está pensando na segunda etapa do ano, já mirando a próxima safra
MARCOS CASSOL
Gerente de marketing tático da John Deere
— Houve a frustração com a soja, e o produtor naturalmente tem que apostar em algo, além de que o preço do cereal vem em bom momento, também — acrescenta Covari.
Em estande próximo, na John Deere, o otimismo é semelhante. Marcos Cassol, gerente de marketing tático da empresa, chama atenção para uma mescla de dois públicos: um bastante diverso, que procura a feira para ver as máquinas de perto e tirar fotos, e outro de produtores focados, que vão à Expointer para comprar.
— Está sendo muito importante a retomada porque ficamos dois anos sem ter o contato direto com os produtores. Como o Plano Safra saiu antes da Expointer, o produtor antecipou compras, mas tem aquele que está pensando na segunda etapa do ano, já mirando a próxima safra — observa Cassol.
Entre as máquinas gigantes que tomam o parque, um dos lançamentos é justamente algo de proporção bem mais modesta. É o 3036 EN, o menor trator já comercializado pela fabricante.
Apesar do porte reduzido, o trator, com potência de 36 cavalos, convence pela versatilidade e tem grande apelo para a agricultura familiar, por exemplo, ainda que não seja restrito a esse segmento. A estrutura compacta é funcional para a produção de hortaliças e de frutas, como uvas nos parreirais. O trator está sendo lançado na feira e estará disponível no início do ano que vem no mercado gaúcho.
Tivemos nos últimos meses, desde o lançamento do Plano Safra, um aquecimento de propostas e avanço do mercado, mesmo com linhas como Moderfrota sendo rapidamente consumidas. Ainda assim, temos visto um mercado crescente, e a Expointer deve refletir isso também
MOISÉS OLIVEIRA
Coordenador comercial da Massey Ferguson
A relevância da Expointer para o setor se confirma também pela aposta das grandes marcas. Na edição deste ano, a Massey Ferguson levou para Esteio o maior número de equipamentos já expostos em uma feira regional. São 42 itens. O portfólio apresentado inclui três lançamentos focados no produtor gaúcho: um trator compacto voltado para a produção de frutas, um pulverizador de alta tecnologia e uma colheitadeira de grãos.
Moisés Oliveira, coordenador comercial da Massey, comenta que a feira é um bom termômetro de mercado. O processo de venda muitas vezes começa antes da feira, com os negócios sendo fechados no estande presencial e outros se concretizando no pós-Expointer.
— Tivemos nos últimos meses, desde o lançamento do Plano Safra, um aquecimento de propostas e avanço do mercado, mesmo com linhas como Moderfrota sendo rapidamente consumidas. Ainda assim, temos visto um mercado crescente, e a Expointer deve refletir isso também — diz Oliveira.
A área destinada às empresas de máquinas e implementos agrícolas mostra o aquecimento. São 155 espaços na edição deste ano.
— É uma feira que é a maior da América Latina e, por isso, atrai um público diverso, de outros locais. Tudo isso influencia nas vendas — resume Bier.